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Internacional

Blinken diz a Lula que EUA discordam sobre ‘genocídio’

Planalto preferiu exaltar concordância sobre Estado Palestino

21 de Fevereiro de 2024 às 23:01
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O secretário de Estado americano teve uma
O secretário de Estado americano teve uma "conversa franca" com o presidente brasileiro (Crédito: EVARISTO SÁ / AFP)

O chefe da diplomacia americana, Antony Blinken, expressou ontem (21), que “discorda” das declarações do presidente Lula, nas quais o mandatário acusou Israel de cometer um “genocídio” na Faixa de Gaza, disse um funcionário do Departamento de Estado.

Blinken e Lula se reuniram por mais de 90 minutos, disse um alto funcionário do Departamento de Estado a jornalistas, afirmando que os dois tiveram uma “conversa franca” durante o encontro no Palácio do Planalto, em Brasília.

O encontro entre Lula e Blinken ocorreu antes de uma reunião de ministros das Relações Exteriores do G20 no Rio de Janeiro.

No domingo, Lula disse que a ofensiva militar de Israel, forte aliado dos Estados Unidos no Oriente Médio, em Gaza é um “genocídio”, comparando-a com o Holocausto, “quando Hitler resolveu matar os judeus”. Israel reagiu furiosamente, declarando o presidente brasileiro “persona non grata”.

“Blinken abordou o assunto e deixou claro que discordamos destes comentários”, afirmou o alto funcionário aos jornalistas que viajam com o secretário.

O secretário de Estado disse que a reunião foi “ótima” e afirmou que os EUA e o Brasil formam uma parceria “muito importante” e trabalham juntos de forma bilateral, regional e mundial.

Outro lado

Por sua vez, o Palácio do Planalto divulgou nota afirmando que ambos concordaram com a necessidade de criação de um Estado Palestino. “O secretário agradeceu a atuação do Brasil pelo diálogo entre Venezuela e a Guiana. O presidente Lula reafirmou seu desejo pela paz e fim dos conflitos na Ucrânia e na Faixa de Gaza. Ambos concordaram com a necessidade de criação de um Estado Palestino”, diz a publicação.

Lula reiterou, no encontro da manhã de ontem, a necessidade de reforma dos organismos financeiros internacionais e o Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas (ONU), crítica que vem sendo recorrente em seus discursos. Segundo o Palácio do Planalto, a visão do presidente brasileiro foi apoiada por Blinken.

Além disso, o secretário também elogiou a escolha dos temas do Brasil para a cúpula do G20 no Rio Janeiro: reforma da governança global, combate à fome e à miséria e transição energética. (AFP e Estadão Conteúdo)