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Internacional

Milei promete ‘rebote’ econômico na Argentina

Presidente argentino citou estimativas do FMI para um desempenho em "V"

17 de Fevereiro de 2024 às 23:01
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Javier Milei disse que fixação do salário mínimo não deve ter intervenção do governo
Javier Milei disse que fixação do salário mínimo não deve ter intervenção do governo (Crédito: FILIPPO MONTEFORTE / AFP (11/2/2024))

O presidente da Argentina, Javier Milei, rejeitou estabelecer um novo salário mínimo que compense a inflação anual de 250% e previu um “rebote” na economia de seu país após um período ainda mais difícil nos próximos dois meses.

“Não acredito que um político possa definir um preço à mão. Nem passa pela minha cabeça. Eu vou emitir um decreto fixando um preço?”, disse Milei na sexta-feira (16), após o fracasso do Conselho do Salário Mínimo em aumentar o valor atual de 156 mil pesos (R$ 928, no câmbio oficial atual).

A CGT, principal central sindical argentina, de orientação opositora, solicitou no conselho um aumento de 85% no salário mínimo, mas o governo rejeitou a opção legal de fixar um novo valor por decreto diante da falta de acordo.

Para Milei, a fixação de um salário mínimo é “uma questão que deve ser abordada por trabalhadores e empregadores”, sem intervenção do Estado.

O governo anunciou nesta sexta um aumento de 311% na alocação de ajuda escolar para 7,3 milhões de crianças, que receberão 70 mil pesos (R$ 418) para despesas no início do ano letivo, em março.

Após a desvalorização de 50% do peso, a liberação dos preços na economia e fortes altas nas tarifas, a inflação de janeiro alcançou 20,6% e a interanual 254,2%, levando a cesta básica alimentar a 285.561 pesos (R$ 1.705), segundo dados oficiais.

O presidente reafirmou o rumo econômico de seu governo e previu que dentro de três meses o país começará a se recuperar.

“Vai ter uma espécie de ‘V’, um primeiro trecho caindo, com o momento mais difícil em torno de março-abril, quando toca o fundo e começa a rebater, e quando o embargo [restrições de acesso a dólares mantido desde 2019 for levantado, a economia dispara para frente”, declarou, citando estimativas do Fundo Monetário Internacional (FMI).

A Argentina mantém um programa de crédito de US$ 44 bilhões (R$ 218,5 bilhões) com o FMI, que havia caído com o governo anterior e foi retomado por Milei assim que assumiu.

“O FMI estima que se continuarmos fazendo isso, podemos limpar o balanço do Banco Central e levantar o embargo até o meio do ano”, disse Milei. (AFP)