Internacional
Participação de funcionários da ONU nos ataques a Israel provoca crise
O governo de Israel deseja que a Agência da ONU para os Refugiados Palestinos (UNRWA, na sigla em inglês) interrompa as atividades em Gaza ao final da guerra, afirmou neste sábado, 27, o ministro das Relações Exteriores, Israel Katz.
Katz fez a declaração depois que alguns funcionários da agência foram acusados de envolvimento no ataque de 7 de outubro do Hamas em território israelense.
O governo pretende garantir que ‘a UNRWA não será parte‘ da solução no território palestino após a guerra entre Israel e o movimento islamista palestino, afirmou o ministro em um comunicado, no qual expressa o desejo de ‘interromper‘ todas as atividades da agência.
O grupo islamista palestino Hamas denunciou as ‘ameaças‘ israelenses contra a UNRWA e fez um apelo para que a ONU e outras organizações internacionais que ‘não cedam às ameaças e à chantagem‘.
A UNRWA anunciou na sexta-feira que demitiu ‘vários‘ funcionários acusados por Israel de participação no violento ataque terrorista de 7 de outubro.
O governo dos Estados Unidos suspendeu ‘temporariamente o financiamento adicional‘ à agência, medida que foi adotada por outros países como Austrália, Canadá, Finlândia, Itália e Reino Unido neste sábado. Doze funcionários ‘poderiam estar envolvidos‘ no ataque do Hamas, afirmou o Departamento de Estado americano.
O diretor da UNRWA, Philippe Lazzarini, se comprometeu a responsabilizar, ‘inclusive por meio de ações legais‘, qualquer funcionário da UNRWA que tenha envolvimento com ‘atos de terrorismo‘
A guerra começou quando os combatentes do Hamas atacaram o sul de Israel em 7 de outubro, mataram quase 1.140 pessoas, a maioria civis, e sequestraram outras 250, segundo um balanço da AFP elaborado com base em dados oficiais israelenses.
Em resposta, Israel iniciou uma ofensiva aérea e terrestre que deixou pelo menos 26.257 mortos em Gaza, a maioria mulheres e menores de idade, segundo o Ministério da Saúde do Hamas, que governa o pequeno território palestino. (AFP)