Internacional
Israel esboça plano para pós-guerra em Gaza
O ministro da Defesa de Israel, Yoav Gallant, apresentou publicamente pela primeira vez propostas para o pós-guerra em Gaza, onde autoridades locais relataram, nesta sexta-feira, 5, dezenas de mortes.
O plano de Yoav Gallant, comunicado à imprensa na quinta-feira, recomenda que nem Israel nem o Hamas governem o território palestino e rejeita o estabelecimento de assentamentos judaicos ali. Este é um plano preliminar, ainda não adotado pelo gabinete de guerra israelense.
Suas linhas gerais foram divulgadas na véspera da quarta viagem do secretário de Estado dos EUA, Antony Blinken, à região desde o ataque brutal do movimento terrorista Hamas contra Israel, em 7 de outubro, que deixou 1.140 mortos e desencadeou a guerra.
O futuro do pequeno território palestino está no centro das preocupações da comunidade internacional, em meio a apelos crescentes por um cessar-fogo.
Segundo o Hamas, que governa Gaza desde 2007, as operações militares israelenses deixaram 22.600 mortos em quase três meses.
Além disso, grande parte do território foi reduzido a escombros, e a ONU teme uma crise humanitária com centenas de milhares de pessoas deslocadas, enfrentando fome e doenças.
Nem Hamas nem Israel
De acordo com o plano de Gallant, a guerra continuará até que Israel desmantele as ‘capacidades militares e de governo‘ do Hamas, o qual prometeu ‘aniquilar‘, e liberte os 132 reféns ainda detidos pelo grupo terrorista. Estima-se que ao menos 24 dos 250 prisioneiros feitos pelo Hamas morreram.
Assim que Israel atingir seus objetivos - um horizonte para o qual não existe um calendário definido -, os ‘comitês civis‘ palestinos começarão a assumir o controle do território.
‘O Hamas não governará Gaza, [e] Israel não governará os civis de Gaza‘, assegurou Gallant, ao apresentar seu plano à imprensa.
‘Os habitantes de Gaza são palestinos. Consequentemente, as entidades palestinas estarão encarregadas [da gestão], na condição de que não haja nenhuma ação hostil ou ameaça contra o Estado de Israel‘, acrescentou.
Medidas imediatas de ajuda
O secretário de Estado dos EUA, Antony Blinken aterrissou nesta sexta-feira em Istambul, na Turquia, a primeira parada de seu giro pela região, no qual também visitará Grécia, Israel, Cisjordânia e outros cinco países árabes.
Em Israel, o secretário de Estado deve discutir com os líderes israelenses ‘medidas imediatas para aumentar substancialmente a ajuda humanitária a Gaza‘, disse o porta-voz do Departamento de Estado, Matthew Miller.
Os receios de uma conflagração regional aumentaram esta semana após a morte do número dois do Hamas, Saleh al Aruri, em um ataque com mísseis no Líbano.
Aruri morreu no sul de Beirute, reduto do partido Hezbollah, movimento apoiado pelo Irã que, desde o início do conflito, está envolvido em confrontos com tropas israelenses na fronteira sul do Líbano.
Por sua vez, o líder de Hezbollah, Hassan Nasrallah, garantiu nesta sexta que seus combatentes vão ‘responder‘ ao ataque no ‘campo de batalha‘. (AFP)