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Internacional

Após terremoto, japoneses formam longas filas para obter água e comida

Pelo menos cinquenta mortes foram confirmadas e há milhares de desalojados

02 de Janeiro de 2024 às 23:01
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Frio intenso é um dos principais inimigos das vítimas do terremoto
Frio intenso é um dos principais inimigos das vítimas do terremoto (Crédito: STR / JIJIPRESS / AFP)

Centenas de moradores da pequena cidade japonesa de Shika fizeram fila em frente à prefeitura local nesta terça-feira, 2, para receber os seis litros de água designados a cada pessoa após o devastador terremoto que atingiu o país no primeiro dia do ano.

Tsugumasa Mihara conta que não se lembra de ter vivido situação parecida. Este morador de Shika, localidade situada na província de Ishikawa, estava cochilando quando foi acordado por um ‘forte tremor‘ na segunda-feira às 16h10 (4h10 em Brasília).

‘Senti-me impotente (...) Tudo o que pude fazer foi rezar para que tudo acabasse rápido‘, disse Mihara.

Ao todo, cerca de 150 sismos foram registrados entre a tarde de segunda-feira e a manhã de terça-feira no Japão. O mais forte chegou a 7,6 de magnitude, de acordo com a agência meteorológica japonesa JMA.

Os danos na casa de Tsugumasa Mihara foram leves: apenas alguns pratos quebrados no chão da cozinha. E, ao contrário de muitos outros moradores, ele tem eletricidade.

Mas o problema, explica, é a água, já que a rede de abastecimento de Shika, assim como de muitas outras cidades da península de Noto, foi danificada.

Muitos outros moradores dessa região tiveram menos sorte. Vários edifícios e casas desabaram após o tremor.

O último balanço provisório de mortos, publicado na terça-feira, foi de 50 mortos. Socorristas japoneses corriam ‘contra o tempo‘ nesta terça-feira para encontrar sobreviventes. O sismo abalou a província de Ishikawa, na península de Noto, e deixou também muitas pessoas bloqueadas.

Com a luz da manhã, as autoridades constataram a extensão da destruição em Ishikawa, com edifícios ainda fumegantes, casas demolidas e barcos de pesca afundados ou arrastados para a costa.

‘Foram confirmados danos muito extensos, incluindo muitas vítimas, desabamentos de prédios e incêndios‘, declarou a jornalistas o primeiro-ministro Fumio Kishida.

‘Precisamos correr contra o tempo para resgatar os afetados‘, acrescentou.

‘A situação é devastadora, e 90% das casas foram destruídas completa ou parcialmente‘, disse o prefeito de Suzu, Masuhiro Izumiya.

Mais de 30 mil casas estão sem energia elétrica na região, que registrou baixas temperaturas durante a noite, disse a companhia de eletricidade. A Agência Meteorológica Japonesa (JMA) informou que, depois do terremoto inicial, foram registradas 155 réplicas, a maioria com magnitudes superiores a 3.

Colisão de aviões em Tóquio

O terremoto causou indiretamente outro desastre no aeroporto de Tóquio-Haneda, onde cinco pessoas morreram quando um avião de passageiros colidiu com outra aeronave da Guarda Costeira que viajava para Ishikawa para entregar suprimentos às áreas afetadas pelo terremoto.

Após o terremoto, ondas de 1,2 metro foram registradas em Wajima, mas a JMA anunciou, na manhã desta terça-feira, o fim de todos os alertas de tsunami.

O ministro da Defesa, Minoru Kihara, informou que mil militares estão preparados para ir para a região e que outros 8.500 foram mobilizados.

A autoridade de transporte fechou as rodovias nas áreas próximas do epicentro, e a Japan Railways anunciou que os trens de alta velocidade entre Tóquio e Ishikawa foram cancelados. O governo informou que não foram detectados incidentes nas usinas nucleares do país. (Da redação com informações da AFP)