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Internacional

ONU faz alerta sobre o risco de fome em Gaza

23 de Dezembro de 2023 às 22:01
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Moradores de Gaza enfrentam dificuldade para se alimentar
Moradores de Gaza enfrentam dificuldade para se alimentar (Crédito: MAHMUD HAMS / AFP)

O Conselho de Segurança da ONU exigiu a entrega de ajuda humanitária em larga escala à população de Gaza sem pedir um cessar-fogo imediato, uma medida rejeitada pelos Estados Unidos, apesar da pressão internacional.

A resolução, aprovada na sexta-feira (22) após intensas negociações com 13 votos a favor, nenhum contra e duas abstenções (Estados Unidos e Rússia), “exige que todas as partes autorizem e facilitem a entrega imediata, segura e sem obstáculos de assistência humanitária em grande escala” em Gaza e “criem as condições para um cessar duradouro das hostilidades”.

Também exige o uso de “todas as rotas de acesso e circulação disponíveis em toda a Faixa de Gaza, incluindo as passagens de fronteira (...) para o fornecimento de ajuda humanitária”.

“Sabemos que não é um texto perfeito, sabemos que apenas um cessar-fogo porá fim ao sofrimento”, comentou a embaixadora dos Emirados Árabes Unidos, Lana Zaki Nusseibeh, autora do texto.

Mas “se não tomarmos medidas drásticas, haverá fome em Gaza”, e este texto “responde com ações à desesperadora situação humanitária do povo palestino”, acrescentou, antes da votação do texto na sede da ONU em Nova York.

“É um passo na direção certa e deve ser aplicado e acompanhado de uma pressão maciça por um cessar-fogo imediato”, reagiu o embaixador palestino na ONU, Riyad Mansour.

“Um cessar-fogo humanitário é o único meio de começar a responder às necessidades desesperadas da população de Gaza e pôr fim ao seu pesadelo”, disse, por sua vez, o secretário-geral da ONU, António Guterres, que admitiu que “esperava mais” firmeza por parte do Conselho de Segurança.

A ONU calcula que 1,9 milhão de habitantes de Gaza foram deslocados, de uma população total de 2,4 milhões. Muitas pessoas estão em refúgios superlotados, onde enfrentam dificuldades para obter alimentos, água, combustível e medicamentos.

Centenas de caminhões foram autorizados a entrar no território, mas a ONU e várias ONGs consideram o nível de ajuda insuficiente. Além disso, a distribuição da assistência é prejudicada pelos bombardeios israelenses e pelos combates terrestres entre soldados israelenses e milicianos palestinos. (AFP)