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Internacional

Presidentes de Venezuela e Guiana tentam reduzir tensão

Descoberta de petróleo em Essequibo reacendeu disputa por área

14 de Dezembro de 2023 às 23:01
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Encontro entre as lideranças dos dois países foi em São Vicente e Granadinas
Encontro entre as lideranças dos dois países foi em São Vicente e Granadinas (Crédito: MARCELO GARCIA / VENEZUELAN PRESIDENCY / AFP)

Os presidentes da Venezuela, Nicolás Maduro, e da Guiana, Irfaan Ali, se reuniram, nesta quinta-feira, 14, em busca da abertura de uma negociação que possa ajudar a ‘desescalar‘ as crescentes tensões entre os dois países, mas que terá pouco impacto na resolução da antiga controvérsia sobre o território disputado do Essequibo.

O ministério da Comunicação e Informação da Venezuela enviou à imprensa, por volta das 18h GMT (15h de Brasília), um vídeo que mostra Maduro e Ali sentados em uma mesa ao lado de Ralph Gonsalves, primeiro-ministro de São Vicente e Granadinas, país anfitrião do encontro.

Mais cedo, os dois presidentes se reuniram separadamente com representantes da Comunidade do Caribe (Caricom).
‘Venho aqui para buscar, pela única via possível, a via do diálogo e da negociação, soluções efetivas‘, disse Maduro à imprensa ao chegar a Kingstown. ‘Trago os fatos comigo‘, afirmou Ali, citado pela mídia guianense.

A reunião é promovida pela Comunidade de Estados Latino-Americanos e Caribenhos (Celac) e pela Caricom, com o apoio do Brasil, em meio à crescente preocupação com os cada vez mais duros confrontos verbais entre os dois governantes sobre o Essequibo, uma área de 160.000 km2 rica em petróleo e outros recursos naturais, administrada por Georgetown e reivindicada por Caracas.

A reunião é marcada por posições antagônicas: Maduro considera o encontro ‘uma grande conquista para abordar de maneira direta a controvérsia territorial‘, enquanto Ali nega que a disputa esteja na agenda e insiste em sua posição de que a questão deve ser resolvida na Corte Internacional de Justiça (CIJ), que não tem a jurisdição reconhecida pelo governo venezuelano.

A Guiana levou o caso ao Conselho de Segurança da ONU e anunciou contatos com ‘aliados‘ militares, como os Estados Unidos, que organizaram exercícios militares no Essequibo.

O Brasil, que defende uma solução pacífica, anunciou a decisão de reforçar a presença militar na fronteira.

Petróleo, o pomo da discórdia

A disputa é centenária, mas o litígio ganhou intensidade em 2015, depois que a empresa petrolífera americana ExxonMobil descobriu grandes reservas de petróleo bruto na área reivindicada.

A habitual retórica anti-imperialista do governo venezuelano acusa Ali de ser ‘um escravo‘ da ExxonMobil. A Venezuela acusa a Guiana de atribuir concessões em águas marítimas que ainda devem ser delimitadas. (AFP)