Guerra no Oriente Médio
Israel pede evacuação em massa, mas faltam locais seguros em Gaza
Os militares de Israel renovaram ontem (4) os pedidos de evacuações em massa da cidade de Khan Younis, no sul, onde dezenas de milhares de palestinos deslocados buscaram refúgio nas últimas semanas, enquanto ampliavam sua ofensiva terrestre e bombardeavam alvos em toda a Faixa de Gaza. As operações alargadas, após o termo de um cessar-fogo de uma semana, visam eliminar os líderes do grupo terrorista Hamas em Gaza.
A guerra já matou milhares de palestinos e deslocou mais de três quartos da população do território de 2,3 milhões de pessoas, que estão ficando sem locais seguros para onde ir.
Já sob pressão crescente do seu principal aliado, os Estados Unidos, Israel parece estar correndo para desferir um golpe mortal contra o Hamas -- se isso for possível, dadas as raízes profundas do grupo na sociedade palestina -- antes de qualquer novo cessar-fogo. Mas o número crescente de combates, que as autoridades de saúde palestinas dizem ter matado várias centenas de civis desde que a trégua terminou na sexta-feira, deverá aumentar ainda mais a pressão internacional para regressar à mesa de negociações.
A ofensiva terrestre transformou grande parte do norte, incluindo grandes áreas na Cidade de Gaza, num terreno baldio cheio de escombros. Centenas de milhares de pessoas procuraram refúgio no sul, partes das quais poderiam ter o mesmo destino, e tanto Israel como o vizinho Egito se recusaram a aceitar quaisquer refugiados.
Moradores disseram ter ouvido ataques aéreos e explosões dentro e ao redor de Khan Younis durante a noite e segunda-feira, depois que os militares lançaram panfletos alertando as pessoas para se mudarem mais para o sul, em direção à fronteira com o Egito.
Numa publicação em língua árabe nas redes sociais na manhã desta segunda-feira, os militares ordenaram novamente a evacuação de quase duas dúzias de bairros dentro e ao redor de Khan Younis.
O contra-almirante Daniel Hagari, porta-voz militar israelense, confirmou que o exército está perseguindo o Hamas com “força máxima” no norte e no sul, e disse que estava tentando minimizar os danos aos civis. (Estadão Conteúdo)