Internacional
Israel retoma ataques em Gaza e confirma morte de cinco reféns

Israel retomou ontem (1º) os bombardeios em Gaza, após o fim de uma trégua de uma semana com o Hamas, com um balanço provisório de quase 180 mortos, segundo as autoridades do movimento islamista no poder naquele território palestino. O Exército israelense confirmou, ainda, a morte de cinco reféns retidos em Gaza pelo Hamas e divulgou seus nomes.
“Nos últimos dias, o Exército e a polícia israelense notificaram as mortes (de cinco reféns) a suas famílias”, declarou Daniel Hagari, porta-voz da força armada, durante uma entrevista coletiva. Hagari revelou que uma operação militar “baseada em informações específicas permitiu trazer de volta o corpo do refém Ofir Zarfati, para que seja enterrado em Israel”.
Em Gaza, ao ouvir as primeiras explosões, logo após o término da trégua, às 7h locais (2h no horário de Brasília), milhares de habitantes procuraram refúgio em hospitais e escolas, transformados em acampamentos para pessoas deslocadas.
O Exército israelense afirmou que atingiu “mais de 200 alvos terroristas”, principalmente áreas com “explosivos escondidos, túneis usados para fins terroristas, plataformas de lançamento (de foguetes) e centros de comando” do Hamas.
O Ministério da Saúde de Gaza reportou ontem 178 mortos e mais de 589 feridos no estreito território de 362 km², de onde subiam espessas colunas de fumaça. Entre os mortos há três jornalistas, elevando para 73 os profissionais de imprensa mortos desde o início da guerra, segundo o Hamas.
A retomada dos combates fechou as portas às esperanças de prolongar a trégua em vigor desde 24 de novembro, que permitiu a troca de dezenas de reféns sequestrados pelo Hamas por prisioneiros palestinos em Israel e facilitou a entrada de ajuda na Faixa de Gaza.
Israel e o Hamas se acusam mutuamente pelo fracasso das negociações para prorrogar a trégua e o atribuem, em parte, a desavenças sobre a libertação dos reféns.
Na manhã de ontem, o primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, afirmou que o Hamas violou o acordo ao disparar foguetes contra Israel. “O governo israelense está decidido a alcançar os objetivos da guerra: libertar os reféns, eliminar o Hamas e garantir que Gaza nunca mais represente uma ameaça para o povo de Israel”.
A guerra começou em 7 de outubro, quando milicianos do grupo terrorista invadiram o sul de Israel, matando 1.200 pessoas, a maioria civis, e sequestrando cerca de 240, segundo as autoridades israelenses. Em resposta, Israel iniciou uma campanha de ataques aéreos e terrestres em Gaza que, segundo o governo do Hamas, deixou mais de 15 mil mortos, a maioria civis. (AFP)