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Israel afirma ter encontrado armas em hospital, o Hamas nega

15 de Novembro de 2023 às 23:01
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Soldados israelenses deixaram o hospital durante a noite
Soldados israelenses deixaram o hospital durante a noite (Crédito: ISRAELI DEFENCE FORCES/AFP)

O Exército israelense afirmou ter encontrado ‘munições, armas e equipamento militar‘ do movimento islamista palestino Hamas no hospital Al Shifa, na cidade de Gaza, onde realizou uma intervenção militar nesta quarta-feira, 15. O grupo terrorista Hamas negou a informação.

À noite, o Exército israelense se retirou do hospital Al Shifa, o maior da Faixa de Gaza, onde milhares de palestinos estão abrigados, após terem entrado no local pela manhã alegando que o complexo médico funcionava como base do movimento islamista Hamas.

As forças de Israel fizeram uma operação ‘seletiva‘. Dezenas de soldados fizeram vários homens saírem com as mãos para cima, além de interrogarem várias pessoas. Tanques que há dias cercavam o complexo entraram e se posicionaram em frente a diferentes prédios do complexo.

‘Temos provas de que o hospital estava sendo utilizado para fins militares e terroristas, contrariamente ao direito internacional‘, declarou o porta-voz do Exército, Daniel Hagari, à imprensa.

O ministério da Saúde do Hamas reagiu à declaração, afirmando que o Exército israelense não encontrou nada que justificasse a invasão. ‘As forças de ocupação não encontraram armas, nem equipamentos militares no hospital‘, porque o Hamas ‘não autoriza‘ a posse de armas nesses estabelecimentos, frisou o órgão ligado ao Hamas.

Diante da repercussão internacional negativa causada pela ação, os Estados Unidos afirmaram não ter dado qualquer tipo de sinal verde a Israel para sua incursão militar ao principal hospital de Gaza, informou a Casa Branca. O governo americano acrescentou, ainda, que tais decisões são de competência do Exército israelense.

Biden conversou na terça-feira com o primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, mas a assessoria se recusou a dizer se o presidente americano havia sido avisado da ofensiva.

Na terça-feira, a Casa Branca apoiou as declarações israelenses de que militantes do Hamas e do grupo Jihad Islâmica tinham um centro de comando debaixo do hospital Al Shifa. ‘Nos sentimos confortáveis com nossa própria avaliação de Inteligência‘, disse Kirby.

Já o Catar exigiu uma ‘investigação internacional‘ sobre as operações militares israelenses contra hospitais na Faixa de Gaza e classificou a incursão desta quarta-feira ao Al Shifa como um ‘crime de guerra‘.

O Catar ‘condena com a máxima firmeza‘ a operação em Al Shifa, a qual considera como ‘um crime de guerra e uma violação flagrante das leis e acordos internacionais‘, disse o Ministério das Relações Exteriores desta monarquia do Golfo em um comunicado. O país pediu também que a comunidade internacional comece a ‘agir urgentemente para responsabilizar Israel por seus atos e dissuadi-lo de cometer outros crimes contra civis‘.

Números da guerra

O governo do Hamas na Faixa de Gaza confirmou, nesta quarta-feira, 11.500 mortos, incluindo 4.710 crianças, e 29.800 feridos nos bombardeios israelenses nesse território palestino desde o início da guerra deflagrada em 7 de outubro. O Ministério da Saúde do movimento islamista disse que o número de vítimas pode ser ainda maior. (Da Redação com informações da AFP)