Internacional
EUA diz ser contra a reocupação de Gaza
Os Estados Unidos informaram ontem (7) que se opõem a uma nova ocupação da Faixa de Gaza por Israel, após o premiê israelense, Benjamin Netanyahu, garantir que assumiria “a responsabilidade global da segurança” no território depois da guerra contra o movimento islamista palestino Hamas.
“Na nossa opinião, os palestinos devem estar à frente destas decisões. Gaza é território palestino e continuará sendo território palestino”, disse aos jornalistas o porta-voz do Departamento de Estado, Vedant Patel. “De modo geral, não apoiamos a reocupação de Gaza, e Israel também não”, afirmou.
Em 2005, Israel retirou-se da Faixa de Gaza, que foi tomada na Guerra dos Seis Dias de 1967 e ocupada na sequência. Posteriormente, impôs um bloqueio ao território com a vitória do Hamas nas eleições de 2006.
Patel também assinalou que os Estados Unidos estão de acordo que “não se pode voltar ao status quo de 6 de outubro”, referindo-se ao dia anterior ao violento ataque do Hamas contra Israel. “Israel e região devem estar seguros. E Gaza não deve e não pode ser uma base para o lançamento ataques terroristas contra o povo de Israel ou qualquer outro”, assinalou.
O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, já havia alertado que seria “um grande erro” Israel reocupar Gaza, de onde se retirou em 2005. O Hamas tem sido o único grupo a governar o enclave desde 2007.
O conflito eclodiu com intensidade depois que combatentes do Hamas se infiltraram em Israel no dia 7 de outubro, matando cerca de 1.400 pessoas, a maioria civis, entre os quais havia muitos jovens que frequentavam um festival de música eletrônica. Além disso, fizeram mais de 200 outras pessoas de reféns.
Na sequência, Israel lançou em represália uma série de bombardeios incessantes e incursões terrestres na Faixa de Gaza. Segundo o Ministério da Saúde do território governado pelo Hamas, 10.300 pessoas morreram, entre elas mais de 4 mil crianças. (AFP)