Guerra
Saída para o Egito é reaberta e brasileiros em Gaza continuam à espera
O grupo de 34 brasileiros e familiares está com dificuldade para achar comida e água potável; "Muita gente passa fome"
A passagem de Rafah, por onde estrangeiros em Gaza estavam deixando o enclave palestino, foi reaberta nesta segunda-feira, 6, após dois dias fechada. O embaixador do Brasil em Ramallah, Alessandro Candeas, confirmou a informação e disse que o grupo de 34 brasileiros e familiares continua aguardando autorização para cruzar a fronteira. Ainda não foi divulgada a lista desta segunda-feira (6).
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva se reúne na manhã desta segunda com o ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira. O chanceler está a frente dos contatos diplomáticos para que Israel autorize a passagem do grupo que está em Gaza.
Vieira conversou com o ministro do Exterior de Israel, Eli Cohen, na última sexta-feira (3). Segundo o chanceler brasileiro, o ministro israelense deu garantias de que até esta quarta-feira (8) os brasileiros na Faixa de Gaza passariam pela fronteira com o Egito.
A última lista divulgada no sábado (4) tinha o nome de 599 estrangeiros, entre esses, 386 com passaporte dos Estados Unidos, 112 do Reino Unido, 51 da França e 50 da Alemanha.
De acordo com a CNN americana, autoridades dos EUA trabalharam para que a passagem seja reaberta. O Ministério da Saúde de Gaza, controlado pelo Hamas, havia pedido para que ao menos as ambulâncias com civis e os caminhões com ajuda humanitária pudessem cruzá-la.
Desde a última quarta-feira, mais de 1.100 pessoas com passaportes estrangeiros e gravemente feridas deixaram Gaza pela fronteira com o Egito. No entanto, um ataque mortal contra uma ambulância, no sábado, instaurou um clima de desconfiança que fez Cairo suspender a liberação, informou uma fonte do governo egípcio à CNN americana.
Brasileiros
Um grupo de 34 brasileiros espera desde o início da guerra autorização para deixar Gaza. Eles estão divididos entre as cidades de Rafah e Kahn Yunis, no sul do enclave palestino. O brasileiro Hasan Rabee, de 30 anos, informou nesta segunda-feira (6) que está muito difícil achar comida e que não há água potável para beber. Já os alimentos são cozidos em fogões a lenha.
“Cada dia é pior que o outro. Água não tem mineral, estamos tomando água encanada. Hoje 31 dias sem energia. O mais difícil agora é encontrar alimentação. Além da guerra e do bombardeiro, outro sofrimento é a comida. Muita gente passa fome”, afirmou. (Estadão Conteúdo, com Agência Brasil)