Internacional
Rússia tira ratificação do tratado de testes nucleares
O presidente russo Vladimir Putin assinou nesta quinta-feira (2) a lei que revoga a ratificação do Tratado de Proibição Total de Testes Nucleares (CTBT, na sigla em inglês). A decisão ocorre com o conflito da Ucrânia como pano de fundo.
O tratado de 1996 proíbe todos os testes com armas nucleares, embora nunca tenha entrado em vigor porque alguns países-chave -- entre eles Estados Unidos e China -- nunca o ratificaram.
Putin adiantou no início de outubro que seu país poderia revogar a ratificação do CTBT em resposta ao fato de que os Estados Unidos nunca o ratificaram. “Não estou pronto para dizer se devemos ou não retomar os testes”, acrescentou, ao mesmo tempo em que elogiou o desenvolvimento de novos mísseis capazes de transportar ogivas nucleares.
A promulgação da lei russa é “muito decepcionante e profundamente lamentável”, reagiu Robert Floyd, secretário-executivo da organização responsável pelo tratado.
Por meio de nota, o secretário de Estado americano, Antony Blinken, também criticou a ação russa. “Infelizmente, isto constitui um passo na direção errada, que nos distancia, ao invés de nos aproximar, da entrada em vigor” deste tratado, lamentou Blinken.
“Isto dá continuidade ao inquietante e equivocado esforço de Moscou de aumentar as tensões, enquanto prossegue em sua guerra ilegal contra a Ucrânia”, disse. “Funcionários russos dizem que a medida planejada pela Rússia de retirar sua ratificação não significa que vai retomar os testes, e instamos Moscou a manter estas declarações”, insistiu.
Tanto os Estados Unidos quanto a China, diferentemente da Rússia, nunca tinham ratificado o tratado. O presidente americano, George H.W. Bush, promulgou, em 1992, uma proibição unilateral dos testes nucleares dos Estados Unidos, que tem sido prorrogado desde então. Mas o Senado se recusou a ratificar o tratado de proibição de testes em 1999. (AFP)