Internacional
Hamas afirma que bombardeios israelenses mataram 50 reféns
Israel iniciou ofensiva terrestre que preocupa comunidade internacional
O Hamas anunciou ontem (26) que cerca de 50 de seus reféns morreram em Gaza por causa dos bombardeios de Israel, que realizou uma incursão de tanques no enclave palestinos com vistas a invadi-lo. Na madrugada desta quinta-feira, “o Exército realizou uma operação seletiva com tanques no norte da Faixa de Gaza”, indicou um comunicado militar.
Imagens de vídeo em preto e branco divulgadas pelo Exército mostraram uma coluna de veículos blindados e niveladoras que atravessam o que parece ser uma cerca fronteiriça. A AFP identificou o local ao sul da cidade israelense de Ascalão, mas não conseguiu determinar quando o vídeo foi gravado.
“Estamos preparando uma incursão terrestre”, havia confirmado na véspera o primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, que prometeu “aniquilar” o Hamas, braço armado do movimento islamita no sul de Israel que governa Gaza, em represália pelo ataque realizado em 7 de outubro.
Esse ataque deixou mais de 1.400 mortos em Israel, entre eles mais de 300 militares, segundo autoridades israelenses. Os incessantes bombardeios de represália lançados desde então por Israel mataram, por sua vez, cerca de 7 mil pessoas, entre elas 2.913 crianças, segundo o Hamas. O grupo divulgou o nome de mais de 6.700 pessoas que estão em seu balanço de mortos, um dia depois de o presidente norte-americano, Joe Biden, questionar a credibilidade dos números.
Segundo o Exército israelense, 224 reféns foram sequestrados durante o ataque do Hamas, que libertou quatro mulheres até o momento. O braço armado do Hamas, as brigadas Ezzeldin al-Qassam, afirmaram que cerca de 50 reféns morreram nos ataques israelenses.
“O número de reféns sionistas que morreram na Faixa de Gaza em consequência dos bombardeios e massacres sionistas chegou perto de 50”, indicou o movimento islamista no Telegram. O Hamas usa o termo sionista para se referir aos israelenses. Essa afirmação não pôde ser verificada por meio de uma fonte independente.
Ofensiva terrestre
A provável ofensiva terrestre israelense preocupa seriamente a comunidade internacional, que teme um aumento dramático do número de vítimas civis na Faixa de Gaza. Israel somou à sua campanha de bombardeios um “bloqueio total” desse enclave, de 362km² e mais de 2,3 milhões de habitantes privados do fornecimento de água, comida e eletricidade.
Biden pediu na quarta-feira a Israel que “proteja os civis inocentes” em sua campanha contra o Hamas. “Quando terminar a crise, tem que haver uma visão do que virá depois”, acrescentou, reiterando seu apoio a uma solução de dois Estados, um palestino e outro israelense. (AFP)