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Internacional

Ataque deixa centenas de mortos em Gaza

Israel nega autoria do bombardeio a hospital que pode ter matado mais de 500 pessoas

17 de Outubro de 2023 às 23:01
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Em meio a escombros, moradores de Rafah tentam socorrer uma vítima do bombardeio
Em meio a escombros, moradores de Rafah tentam socorrer uma vítima do bombardeio (Crédito: MOHAMMED ABED / AFP)

 

Um bombardeio atribuído pelo movimento islamita Hamas a Israel matou centenas de pessoas em um hospital de Gaza ontem (17), provocando uma onda de indignação internacional às vésperas da chegada do presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, à região.

Os números variam conforme as fontes, mas segundo o Ministério da Saúde do Hamas, que governa a Faixa de Gaza desde 2006, “mais de 500 pessoas” perderam a vida no bombardeio realizado pelo “ocupante (israelense)” contra o hospital Al-Ahli Arab, na cidade de Gaza, e “centenas de pessoas estão sob os escombros”.

“O hospital abrigava centenas de doentes e feridos, assim como pessoas deslocadas à força” devido aos bombardeios israelenses, afirmou o comunicado, denunciando um “crime de guerra”.

Israel disse que o hospital não estava entre os seus alvos, negou a autoria do atentado e atribuiu o bombardeio à “falha no lançamento de um foguete” pela Jihad Islâmica, outra organização palestina que opera no enclave. O grupo, por sua vez, chamou de “mentiras” as acusações do exército israelense.

“O inimigo sionista está tentando fortemente fugir da responsabilidade pelo massacre brutal que cometeu ao bombardear o Hospital Nacional Árabe Batista (Al-Ahli Arab), em Gaza, através de sua habitual fabricação de mentiras, e ao culpar o movimento Jihad Islâmica na Palestina”, declarou, em comunicado.

Indignação

A Jordânia, um país que mantém relações diplomáticas com Israel e que receberia o presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, hoje, afirmou, por outro lado, que Israel carrega “a responsabilidade” pela tragédia. Biden cancelou a visita, mas prometeu permanecer em contato “durante os próximos dias” com os três dirigentes árabes com os quais deveria se reunir: o rei Abdullah II, da Jordânia; o presidente palestino, Mahmoud Abbas; e o presidente egípcio, Abdel Fattah al Sissi.

O próprio Joe Biden, declarou-se “indignado e profundamente entristecido” pela explosão no hospital. Ele deu instruções à sua “equipe de segurança nacional para que siga recolhendo informação sobre o que aconteceu exatamente”, segundo um comunicado.

Já na virada para esta quarta-feira (18), o presidente do Irã, Ebrahim Raisi, denunciou afirmou que “as chamas das bombas americano-israelenses, lançadas nesta noite sobre as vítimas palestinas feridas no hospital em Gaza, vão consumir em breve os sionistas”, segundo a agência IRNA.

A Organização Mundial da Saúde (OMS) condenou veementemente o bombardeio e informou que ‘o hospital estava em funcionamento, com pacientes, cuidadores e pessoas deslocadas internamente que buscavam refúgio lá‘.

O presidente da Autoridade Palestina, Mahmoud Abbas, que administra a Cisjordânia ocupada, declarou um luto de três dias “em toda a Palestina pelas vítimas do brutal ataque aéreo israelense”.

A agência das Nações Unidas para os Refugiados Palestinos (UNRWA) indicou, por sua vez, que pelo menos seis pessoas que se refugiaram em uma de suas escolas morreram e dezenas ficaram feridas em outro ataque aéreo israelense.

Israel impôs um cerco total a Gaza e bombardeia este enclave de 362 km² e cerca de 2,4 milhões de habitantes desde o ataque letal realizado contra seu território em 7 de outubro por milicianos do Hamas. (Da Redação, com informações de AFP e Estadão Conteúdo)