Internacional
Corpos e caixas-pretas do avião de Prigozhin são encontrados
Kremlin nega com veemência participação na queda da aeronave
A equipe russa que investiga a queda do avião em que viajava o chefe da milícia Wagner, Yevgueni Prigozhin, anunciou ontem (25) que já encontrou os corpos das dez pessoas a bordo e as caixas-pretas do avião. “Nas fases iniciais da investigação, encontramos os corpos das 10 vítimas no local onde o avião caiu”, a noroeste de Moscou, anunciou o Comitê de Investigação nas redes sociais.
O órgão também encontrou as caixas-pretas que registram todas as operações de voo e diálogos entre os pilotos, acrescentou. “Estamos fazendo análises moleculares de DNA para identificar” os corpos, acrescentou.
Os investigadores russos até agora não mencionaram nenhuma hipótese sobre as causas do acidente.
Responsabilidade
O Kremlin desmentiu taxativamente, ontem (25), ter ordenado o assassinato do chefe da milícia Wagner, Yevgueni Prigozhin, que havia se rebelado em junho contra o Exército regular, e reforçou o controle sobre as organizações paramilitares.
“É uma mentira absoluta, é preciso abordar esta problemática baseando-se nos fatos”, refutou o porta-voz do Kremlin, Dmitri Peskov, ao ser perguntado sobre insinuações de dirigentes ocidentais de que a Presidência russa estaria por trás da morte de Prigozhin, que morreu na quarta-feira (23) na queda de um avião.
Os governos ocidentais e os opositores do presidente russo, Vladimir Putin, insinuaram que o Kremlin estava por trás dessa provável morte. Simpatizantes de Prigozhin, que em junho liderou um motim contra o Exército regular russo, também levantaram essa possibilidade.
“Traidor”
Os mercenários do grupo Wagner tiveram participação ativa na intervenção na Ucrânia, mas seu líder foi qualificado de “traidor” por Putin quando protagonizou uma breve rebelião no final de junho contra o Estado-Maior russo e iniciou, junto com seus homens, uma marcha em direção a Moscou.
“Há muita especulação em torno do acidente de avião e a trágica morte dos passageiros, incluindo Yevgueni Prigozhin, e já sabemos em que sentido isto é especulado no Ocidente”, acrescentou Peskov.
Opositores ao governo russo e ex-apoiadores que caíram em desgraça foram assassinados ou sofreram tentativas de assassinato, embora o Kremlin sempre tenha negado seu envolvimento em todos estes casos. (AFP)
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