Internacional
Trump se entrega e é solto sob fiança
O ex-presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, foi formalmente detido ontem (24) por associação criminosa e conspiração no estado da Geórgia, no sudeste daquele país, em sua quarta acusação criminal enquanto busca a reeleição para a Casa Branca. Pouco depois, ele foi libertado após pagar uma fiança de US$ 200 mil (R$ 974 mil, na cotação atual).
Às 19h30 locais (20h30 no horário de Brasília), o líder republicano, de 77 anos, foi fichado na prisão do condado de Fulton, em Atlanta, que estava cercada por um forte perímetro de segurança enquanto multidões de jornalistas e dezenas de seguidores se dirigiam ao local.
A permanência de Trump na prisão superlotada e insalubre conhecida como Rice Street Jail foi breve -- cerca de apenas 10 minutos.
Mas o ex-chefe de Estado foi obrigado a tirar uma “mugshot”, a foto dos detidos, prática que ele conseguiu evitar nas ocasiões anteriores em que se apresentou às autoridades. O xerife do condado de Fulton, Pat Labat, antecipou que este é um procedimento normal na Geórgia.
Mais cedo, Trump informou em sua plataforma Truth Social que se preparava para viajar a Atlanta, capital do Estado, para se apresentar no centro de reclusão “por ter tido a audácia de questionar eleições arranjadas e roubadas”.
Seu ex-advogado Rudy Giuliani, um dos 19 processados pela tentativa de anulação do resultado das eleições neste Estado em 2020, afirmou que “o que estão fazendo com ele é um ataque à Constituição americana”. O ex-prefeito de Nova York protestou ao sair da prisão no condado de Fulton, em Atlanta, onde também foi oficialmente preso antes de ser libertado sob fiança, assim como 10 dos 11 acusados.
O último chefe de gabinete de Trump, Mark Meadows, também se apresentou ontem e foi liberado após pagar fiança de US$ 100 mil (aproximadamente R$ 500 mil). Outro acusado, Harrison Floyd, ficou detido porque não foi favorecido com a liberdade sob fiança.
Também ontem, Trump trocou de advogado na Geórgia, substituindo Drew Findling por Steven Sadow, uma decisão que ainda não foi explicada. No passado, Sadow criticou a lei contra o crime organizado usada pela promotora do condado de Fulton, Fani Willis, para indiciar coletivamente os 19 réus, uma norma que prevê penas de cinco a 20 anos de prisão.
Espera-se que os acusados retornem ao tribunal na semana de 5 de setembro, presumivelmente para anunciar se se declaram culpados ou não. A procuradora Fani deseja que o julgamento aconteça em março de 2024.
Trump é alvo de quatro acusações criminais: duas em nível federal, em Washington e na Flórida (sudeste), uma no estado de Nova York e outra na Geórgia. (AFP)