Eleições no Equador
Candidato diz ter sido alvo de atentado
Daniel Noboa, candidato à Presidência do Equador, disse ontem (17) que saiu ileso de um atentado a tiros, uma semana depois de outro presidenciável ser assassinado. As autoridades questionam sua versão. “Acabam de atentar em Durán contra a caravana em que transitávamos, graças a Deus saímos ilesos”, escreveu o candidato direitista na rede social X, antigo Twitter.
A Polícia e o ministro do Interior, Juan Zapata, contradisseram sua versão. Circulam nas redes sociais vídeos de um suposto tiroteio em Durán, cidade vizinha à portuária Guayaquil, onde Noboa realizava um ato de encerramento de sua campanha às presidenciais de domingo (20).
“Depois de fazer as respectivas verificações no local, o atentado foi descartado”, informou a Polícia pela rede X, sem dar mais detalhes ou especificar se houve, de fato, troca de tiros.
Também pelo X, Zapata descartou “um ataque armado contra o candidato” e acrescentou que o pessoal da polícia ‘está mobilizado na região‘.
Noboa acrescentou que vai continuar com suas atividades políticas em Guayaquil. “O amedrontamento e o medo não têm lugar no país que amamos e que estamos comprometidos a mudar de uma vez por todas.”
Um membro da equipe de campanha do candidato disse à AFP que “os tiros começaram enquanto a caravana passava”.
A campanha às eleições presidenciais no Equador vive momentos de tensão após o assassinato do candidato de centro Fernando Villavicencio, no último dia 9. Um pistoleiro colombiano atirou nele quando saía de um comício.
A maioria dos sete presidenciáveis usa coletes à prova de bala desde então. No domingo (13), dia do único debate oficial, Noboa apareceu vestindo o traje de proteção.
Durán é um dos principais centros operacionais dos narcotraficantes, que contrabandeiam cocaína a partir dos portos do Pacífico.
Filho de um magnata equatoriano, Noboa aparece nos últimos lugares nas pesquisas de intenção de voto.
As pesquisas são lideradas pela correísta Luisa González, o direitista Jan Topic e o líder indígena Yaku Pérez.
Antes de morrer, Villavicencio era o segundo colocado nas pesquisas da empresa Cedatos.
Em 2022, o Equador bateu um recorde de 26 homicídios por 100.000 habitantes, e analistas estimam que a taxa poderia subir para 40/100.000 neste ano. (AFP)