Internacional
Países aumentam pressão sobre os golpistas no Níger
Os Estados Unidos e a União Europeia (UE) manifestaram o seu apoio ao presidente deposto do Níger, Mohamed Bazoum, e aumentaram a pressão sobre os militares golpistas, a quem a União Africana (UA) exigiu ontem (29) que restabeleça a ordem constitucional em até 15 dias.
O general Abdourahamane Tiani, que comanda a Guarda Presidencial desde 2011, apareceu na televisão estatal na sexta-feira (28) para se autodeclarar o novo líder do Níger. Os seus homens mantêm Bazoum, eleito democraticamente, refém em sua residência oficial em Niamey, a capital, desde quarta-feira (26). Tiani justificou o golpe afirmando que há uma “deterioração da situação de segurança” no país devido à violência de grupos jihadistas.
A União Africana e a União Europeia juntaram-se às condenações internacionais desta tomada de poder, a mais recente na região do Sahel. Mali e Burkina Faso também sofreram golpes militares nos últimos anos.
O Conselho de Paz e Segurança da UA “exige aos militares que retornem imediata e incondicionalmente aos seus quartéis e restabeleçam a autoridade constitucional, no prazo máximo de quinze (15) dias”, disse em comunicado divulgado após uma reunião na sexta-feira (28).
O bloco também condenou “nos termos mais fortes possíveis” a derrubada do governo eleito e expressou profunda preocupação com o “ressurgimento alarmante” de golpes militares na África. O chefe diplomático da UE, Josep Borrell, disse em comunicado que o bloco europeu “não reconhece e não reconhecerá as autoridades” por trás do golpe e pediu a libertação imediata de Bazoum, que “continua sendo o único presidente legítimo do Níger”. Borrell anunciou a suspensão “indefinidamente e com efeito imediato” de toda a cooperação de segurança com o Níger e o fim da ajuda orçamentária. (AFP)