Internacional
Sánchez e Feijóo dão os primeiros passos para formar governo na Espanha
O presidente do governo espanhol, o socialista Pedro Sánchez, e seu adversário conservador, Alberto Núñez Feijóo, deram os primeiros passos, nesta segunda-feira, 24, para montar o complicado quebra-cabeças da formação de governo, depois de as eleições não terem dado a maioria a nenhum dos dois.
A quarta maior economia da Europa parecia caminhar para um bloqueio político depois que no domingo, 23, desafiando todas as pesquisas que previam sua derrota, Sánchez conseguiu limitar o avanço da oposição de direita. Ambos os candidatos reuniram seus partidos para debater as estratégias e as possíveis alianças.
O Partido Popular de Feijóo (PP, conservadores) conquistou 136 cadeiras de um total de 350 no Congresso dos Deputados, enquanto o Vox, partido de extrema direita, seu único aliado potencial, conquistou 33.
Portanto, juntos somam 169 cadeiras, longe da maioria absoluta de 176 que permite a formação de um governo.
Por outro lado, o Partido Socialista Operário Espanhol (PSOE), de Sánchez, conquistou 122 cadeiras e o Sumar, seu aliado de esquerda radical, 31, mas as duas forças políticas se encontram em melhor posição para conseguir o apoio dos partidos regionais basco e catalão.
Acordo com catalães é crucial
‘Iniciamos os contatos tendo em conta que a Espanha decidiu que não haja nenhuma maioria absoluta de apenas um partido, mas tendo em conta também que não decidiu que haja fórmulas impossíveis que garantam a formação‘ de um governo, disse Feijóo aos seus dirigentes reunidos em Madri.
Para Sánchez, o principal obstáculo será conseguir uma abstenção do Junts per Catalunya, o partido do líder independentista catalão Carles Puigdemont, refugiado na Bélgica após a tentativa de separação de 2017, que já disse que não cederá em nada.
O Sumar já se adiantou e anunciou, nesta segunda-feira, que designou um dos seus antigos dirigentes na Catalunha para iniciar as negociações com o Junts para ‘explorar todas as vias de acordo‘, ainda que um dirigente desse partido catalão, Jordi Turull, tenha dito que não via ‘a posse (de Sánchez) em nenhum lugar agora‘.
O resultado das eleições ‘marcará o início de um período de incerteza política que durará meses‘, alertou Federico Santi, especialista do Eurasia Group. (AFP)