Internacional
Queima de Alcorão na Suécia agita comunidade muçulmana
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Dezenas de iraquianos conseguiram entrar brevemente na embaixada sueca em Bagdá, nesta quinta-feira, 29, em protesto depois que uma cópia do Alcorão foi queimado em Estocolmo, o que provocou uma onda de indignação entre a comunidade muçulmana.
Os manifestantes, apoiadores do líder xiita iraquiano Moqtada al Sadr, permaneceram na embaixada sueca por cerca de 15 minutos e saíram pacificamente.
Sadr pediu a ‘saída do embaixador‘ depois que Salwan Momika, um refugiado iraquiano, queimou várias páginas do Alcorão na quarta-feira, 28, do lado de fora da maior mesquita de Estocolmo.
O gesto de Momika ocorreu no primeiro dia do Eid al-Ada, um dos maiores feriados religiosos para os muçulmanos, e durante o protesto, autorizado pela polícia sueca, ele também pisou no livro sagrado.
O governo iraquiano condenou na quarta-feira ‘atos racistas, incitação à violência e ao ódio‘ que ocorrem ‘repetidamente‘ em países que ‘se orgulham de abraçar a diversidade e respeitar as crenças dos demais‘.
O Ministério das Relações Exteriores do Iraque denunciou ‘a permissão das autoridades suecas a um extremista para queimar uma cópia do Sagrado Alcorão‘.
O gesto de Salwan Momika foi condenado em muitos países de maioria muçulmana, incluindo Arábia Saudita, Egito, Marrocos, Irã e Turquia.
‘Ensinaremos aos ocidentais arrogantes que insultar os muçulmanos não é liberdade de expressão‘, declarou o presidente turco Recep Tayyip Erdogan durante uma aparição na televisão.
Erdogan sinalizou, ainda que esse ato poderá ser mais um obstáculo para a aprovação do pedido do país nórdico na Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan). O líder turco deu a entender que a Turquia não estava pronta para levantar suas objeções que estão impedindo a adesão da Suécia à Otan. ‘Apresentaremos nossa reação da maneira mais forte possível até que haja um esforço conjunto para combater os inimigos do Islã, bem como as organizações terroristas‘, falou o presidente.
A Suécia se inscreveu para ingressar na Otan no ano passado, após a invasão da Ucrânia pela Rússia, e a aliança militar esperava que o caminho para a adesão acontecesse antes de uma cúpula do grupo em 6 de julho.
A Turquia acusa a Suécia de ser muito indulgente com as manifestações anti-islâmicas, bem como com as organizações terroristas que operam na Turquia, em particular grupos militantes curdos. (Da Redação com informações da AFP)