Internacional
Rússia bombardeia Kiev durante missão de paz africana

A Rússia bombardeou Kiev, nesta sexta-feira (16), durante uma visita de governantes africanos que buscam uma mediação de paz, e afirmou que a contraofensiva ucraniana no sul do país está condenada ao fracasso.
Os líderes africanos, entre eles o presidente da África do Sul, Cyril Ramaphosa, se reuniram com o chefe de Estado ucraniano, Volodimir Zelensky, que não se mostrou disposto a negociar com a Rússia.
‘Disse claramente várias vezes em nossa reunião que permitir qualquer negociação com a Rússia agora que o ocupante está em nossa terra é congelar a guerra, congelar a dor e o sofrimento‘, declarou Zelensky.
‘É preciso haver uma desescalada de ambos os lados‘, havia afirmado Ramaphosa mais cedo, em coletiva de imprensa junto com Zelensky.
Hoje, a delegação africana se encontrará com o presidente russo, Vladimir Putin.
Entre as autoridades presentes estavam também os presidentes do Senegal, Macky Sall, e da Zâmbia, Hakainde Hichilema, e representantes congoleses, ugandeses e egípcios.
A Força Aérea ucraniana disse ter derrubado 12 mísseis russos, incluindo seis supersônicos Kinzhal, interceptados perto de Kiev.
‘Os mísseis russos são uma mensagem para a África: a Rússia quer mais guerra, não a paz‘, reagiu no Twitter o ministro das Relações Exteriores da Ucrânia, Dmytro Kuleba.
Peter Stano, porta-voz do chefe da diplomacia europeia, Josep Borell, relatou que os governantes africanos foram ‘recebidos de uma maneira muito especial com novos ataques de mísseis‘.
A visita da delegação africana ocorre em plena contraofensiva das forças de Kiev, na tentativa de recuperar territórios conquistados pela Rússia desde o início da invasão do país, em fevereiro de 2022.
‘As forças armadas ucranianas não têm nenhuma chance lá, ou em qualquer outra área‘, afirmou Putin em um fórum econômico em São Petersburgo.
Putin tenta atrair os líderes africanos, argumentando que seu país está combatendo o imperialismo ocidental, e acusa os aliados da Ucrânia de bloquear, com sanções, as exportações de grãos e fertilizantes russos, cruciais para a África.
‘O sistema internacional neocolonial (...) deixou de existir, e o mundo multipolar, pelo contrário, está se fortalecendo‘, declarou. (AFP)