Internacional
Porta-aviões chinês cruza estreito de Taiwan
O porta-aviões chinês Shandong e outros dois navios atravessaram, ontem, o estreito de Taiwan, o que, segundo um especialista, constitui uma demonstração de força de Pequim nesta zona que separa a ilha do continente.
“Uma flotilha da Marinha do Exército Popular de Libertação, liderada pelo porta-aviões Shandong, cruzou o Estreito de Taiwan por volta do meio-dia de sábado”, disse o Ministério da Defesa taiwanês em comunicado.
As embarcações navegaram “a oeste da linha mediana, na direção norte”, acrescentou o comunicado, referindo-se à fronteira não oficial no meio do estreito. A China não reconhece essa fronteira invisível traçada unilateralmente pelos Estados Unidos durante a Guerra Fria.
Taiwan monitora constantemente a presença de navios de guerra chineses e faz anúncios quase diários. No entanto, a passagem do Shandong pelo estreito de Taiwan, com 180 quilômetros de largura e que separa a ilha do continente asiático, é incomum.
As relações entre China e Taiwan estão em seu ponto mais tenso desde que o presidente Xi Jinping assumiu o poder em Pequim há mais de 10 anos. Pequim considera Taiwan parte de seu território e prometeu retomar o controle da ilha autônoma.
Segundo Steve Tsang, diretor do instituto SOAS China da Universidade de Londres, a passagem do porta-aviões Shandong no estreito de Taiwan é “muito incomum”. A presença do Shandong no estreito faz parte deste contexto geral, acrescentou.
A última vez que as autoridades taiwanesas detectaram a presença do porta-aviões chinês no estreito foi em março de 2022.
A demonstração de força deste sábado ocorre pouco mais de um mês após as manobras militares de Pequim ao redor da ilha. Durante os exercícios, a China simulou um bombardeio e um cerco de três dias a Taiwan. No último dia, as autoridades taiwanesas detectaram 12 navios de guerra chineses e 91 aeronaves ao redor da ilha. As manobras militares chinesas aconteceram pouco depois do encontro entre a presidente taiwanesa, Tsai Ing-wen, e o presidente da Câmara dos Representantes dos Estados Unidos, Kevin McCarthy. (AFP)