Buscar no Cruzeiro

Buscar

Descobertas

Primeira digitalização 3D do Titanic revela mais detalhes do naufrágio

As imagens inéditas podem servir como ajuda para os cientistas determinarem com mais precisão as condições do famoso naufrágio

17 de Maio de 2023 às 13:04
Cruzeiro do Sul [email protected]
O Titanic naufragou em sua viagem inaugural da cidade inglesa de Southampton até Nova York, em abril de 1912, após colidir com um iceberg
O Titanic naufragou em sua viagem inaugural da cidade inglesa de Southampton até Nova York, em abril de 1912, após colidir com um iceberg (Crédito: Divulgação)

A primeira digitalização em 3D e em tamanho real dos destroços do "Titanic" foi publicada nesta quarta-feira (17) e pode servir como ajuda para os cientistas determinarem com mais precisão as condições do famoso naufrágio.

Publicadas pela BBC, as imagens inéditas e em alta resolução foram criadas a partir da cartografia de águas profundas. Os restos do navio afundado no mar a quase 4 mil metros de profundidade foram reconstruídos com grandes detalhes.

Em sua viagem inaugural da cidade inglesa de Southampton até Nova York, em abril de 1912, o luxuoso transatlântico naufragou após colidir com um iceberg. Dos 2.224 passageiros e tripulantes que viajavam a bordo do navio, o maior do mundo na época em que foi fretado, mais de 1.500 morreram.

Seus destroços foram explorados várias vezes desde sua descoberta em 1985, localizado a cerca de 650 quilômetros da costa do Canadá. Entretanto, as câmeras nunca conseguiram capturar o barco inteiro.

A reconstrução foi realizada em 2022, pela empresa de cartografia náutica Magellan LTD e a Atlantic Productions, que está produzindo um documentário sobre o projeto. 
Vários submarinos, controlados à distância de um barco especializado, passaram mais de 200 horas inspecionando os restos do "Titanic" no fundo do Atlântico e registraram mais de 700 mil imagens para a versão digital.

Eles não foram autorizados a tocar em nada "para não danificar os restos", disse à BBC o chefe da Magellan Ltd, Gerhard Seiffert, que liderou a expedição. "O outro desafio era mapear cada centímetro quadrado, até mesmo os pedaços desinteressantes como a lama entre os escombros, que ainda são necessários para preencher o espaço entre os objetos interessantes", explicou.

As imagens mostram a popa e a proa separadas e cercadas por restos do navio, como se tivesse sido levantado do fundo do mar. Elas revelam até os mínimos detalhes, como o número de série de uma das hélices.

A nova digitalização pode revelar exatamente o que aconteceu com o transatlântico, enquanto os historiadores e cientistas correm contra o relógio já que seus destroços continuam a se desintegrar.

O historiador e engenheiro Parks Stephenson, que passou muitos anos estudando o naufrágio mais famoso da história, afirmou à BBC que "agora finalmente conseguimos ver o Titanic sem interpretações humanas, diretamente de evidências e dados". "Ainda há muito a aprender" com os destroços, que são "essencialmente a última testemunha ocular sobrevivente da catástrofe", acrescentou. Ele afirma que o navio "tem histórias para contar". (AFP)