Internacional
Após quebra do SVB, Federal Reserve (Fed) reconhece falhas de supervisão
O vice-presidente do Fed avalia que a direção do SVB não soube gerir o risco de colapso do banco
O Banco Central americano, Federal Reserve (Fed), reconheceu falhas por "não apreciar plenamente ao alcance das vulnerabilidades" do SVB, em um relatório publicado, nesta sexta (28), sobre a quebra desse banco americano, no qual pede para reforçar a supervisão e a regulação do setor. "Após a quebra do Silicon Valley Bank, devemos fortalecer a supervisão e a regulação do Fed (ndlr, sobre o setor bancário) em função do que aprendemos", disse o vice-presidente de supervisão do Federal Reserve, Michael Barr, em um comunicado que acompanha o informe.
Barr avalia que a direção do SVB não soube gerir o risco de colapso do banco e que supervisores do Fed não tomaram medidas fortes, apesar de terem identificado problemas nesse banco de empréstimos centrado no setor tecnológico da Califórnia.
O SVB quebrou em 10 de março, em boa medida, por sua alta exposição a uma alta das taxas de juros. Seu colapso contaminou todo o setor bancário e provocou a quebra de outro banco regional americano e a compra precipitada do banco de investimentos Credit Suisse pela UBS.
Os esforços concentrados dos reguladores dos dois lados do Atlântico nos dias que seguiram o colapso do SVB parecem ter reduzido as turbulências bancárias e a volatilidade nos mercados financeiros. O relatório conclui que o Fed "não avaliou a gravidade das deficiências críticas na gestão, a liquidez e o manejo do risco das taxas de juros da empresa", porque os ativos do SVB se duplicaram entre 2019 e 2021, em meio a um booom da indústria tecnológica.
Em resposta, Barr anunciou que Banco Central americano fortalecerá o supervisionamento bancário para poder identificar mais rapidamente riscos e vulnerabilidades. Também reforçará o marco regulatório para os bancos e avaliará endurecer as regras sobre o risco das taxas de juros, os requisitos de liquidez e capital e os testes de resistência. (AFP)