Tempo para a tecnologia
Musk e especialistas pedem pausa na Inteligência Artificial
Uma moratória de seis meses ou mais daria ao setor tempo para definir padrões de segurança para o design de
Executivos de tecnologia e importantes pesquisadores de inteligência artificial, incluindo o CEO da Tesla, Elon Musk, e o pioneiro da Inteligência Artificial (IA), Yoshua Bengio, estão pedindo uma pausa no desenvolvimento vertiginoso de novas e poderosas ferramentas da tecnologia.
Uma moratória de seis meses ou mais daria ao setor tempo para definir padrões de segurança para o design de IA e evitar possíveis danos das tecnologias de IA mais arriscadas, disseram os defensores da pausa.
Essas preocupações e a recomendação para a pausa foram apresentadas em uma carta intitulada “Pause Giant AI Experiments: An Open Letter”, coordenada pela organização sem fins lucrativos “Future of Life Institute”, que lista Musk como um consultor externo.
A carta que se tornou pública na quarta-feira também foi assinada pelo cofundador da Apple, Steve Wozniak, e os cofundadores do “Center for Humane Technology”, Tristan Harris e Aza Raskin, que criticaram as mídias sociais e a tecnologia de IA, disse uma porta-voz da equipe autora da carta.
A carta não pede a interrupção de todo o desenvolvimento de IA, mas pede às empresas a interromper temporariamente o treinamento de sistemas mais poderosos que o GPT-4, a tecnologia lançada este mês pela OpenAI, startup apoiada pela Microsoft Corp. Isso inclui a próxima geração da tecnologia OpenAI, GPT-5.
“Nos últimos meses, vimos os laboratórios de IA se lançando em uma corrida descontrolada para desenvolver e implantar cérebros digitais cada vez mais potentes que ninguém, nem mesmo seus criadores, podem entender, prever, ou controlar, de forma confiável”, diz trecho da carta.
“Devemos permitir que as máquinas inundem nossos canais de informação com propaganda e mentiras? Devemos automatizar todos os trabalhos, incluindo os gratificantes? (...) Devemos nos arriscar a perder o controle da nossa civilização?”, finaliza. (Estadão Conteúdo e AFP)