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Internacional

Putin e Xi Jinping debatem ‘plano de paz’ para Ucrânia

Encontro reforça estratégia para pôr fim à liderança global dos EUA

20 de Março de 2023 às 23:01
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Jinping iniciou ontem uma visita de três dias a Putin
Jinping iniciou ontem uma visita de três dias a Putin (Crédito: AFP PHOTO / RUSSIAN PRESIDENTIAL PRESS OFFICE)

 

Para Vladimir Putin, a visita do presidente chinês, Xi Jinping, à Rússia, que começou ontem (20), oferece um enorme impulso à tão alardeada nova ordem mundial que o líder russo acredita estar forjando por meio de sua guerra contra a Ucrânia -- em que os Estados Unidos e a Otan não podem mais ditar nada a ninguém.

A viagem de Xi Jinping, logo após ele consolidar seu terceiro mandato sem precedentes, reúne dois homens que se posicionaram como líderes vitalícios -- e prepara o cenário para um confronto global, com Pequim disposta a usar sua parceria com Moscou para combater Washington, mesmo que isso signifique dar aprovação tácita à guerra de Putin.

“A perspectiva sombria na China é que estamos entrando nesta era de confronto com os EUA e a Rússia é um trunfo e um parceiro nessa luta”, disse Alexander Gabuev, analista do Carnegie Endowment for International Peace.

No primeiro de seus três dias de visita à Rússia, o líder chinês disse que ambos os países têm objetivos similares, em um movimento que analistas interpretam como apoio aberto da China à guerra. “É verdade que nossos dois países compartilham os mesmos objetivos, ou alguns semelhantes. Temos feito esforços para a prosperidade de nossos respectivos países. Podemos cooperar e trabalhar juntos para alcançar nossos objetivos”, disse Xi, ao lado de Putin.

A viagem demonstra a nova ambição diplomática de Pequim e deu um impulso político a Putin. “Sei que a eleição presidencial da Rússia é no ano que vem. O desenvolvimento da Rússia melhorou significativamente sob sua liderança firme. Creio que o povo russo continuará a apoiá-lo fortemente”, disse Xi, acrescentando que a China “valoriza muito” seus laços com a Rússia.

Parceiro

A China vê a Rússia como uma fonte de petróleo e gás para sua economia necessitada por energia e um parceiro para enfrentar o que ambos veem como agressão dos EUA. Enquanto para Putin, a visita de Xi envia forte sinal às potências ocidentais de que Moscou não está isolado.

Os dois países, entre os cinco membros permanentes do Conselho de Segurança da ONU, também realizaram exercícios militares conjuntos, e as autoridades americanas receberam indícios de que a China está considerando fornecer armas à Rússia para sua guerra na Ucrânia.

Pequim afirma que a viagem é o primeiro passo em sua tentativa de liderar uma nova rodada de negociação de paz entre Rússia e Ucrânia. Em um artigo publicado na edição de ontem de um jornal estatal russo, Xi Jinping afirmou que sua proposta de paz servirá para “neutralizar as consequências do conflito e promover um acordo político”. Mas ele disse saber que não é uma tarefa fácil. Putin, por sua vez, saudou as propostas da China e observou que a Rússia está aberta para negociações. (Estadão Conteúdo e Agências Internacionais)

TPI obtém mais apoio contra Putin

O Tribunal Penal Internacional (TPI) obteve, ontem (20), maiores recursos financeiros e técnicos por parte de 40 países, reunidos em Londres, para prosseguir com suas investigações sobre supostos crimes de guerra na Ucrânia, três dias depois de emitir uma ordem de prisão contra o presidente russo, Vladimir Putin.

“Após a acusação contra o presidente Putin na sexta (17), era muito importante (...) mostrar nosso apoio concreto ao TPI”, se felicitou Dominic Raab, ministro britânico da Justiça, ao término da conferência que reuniu ministros da Justiça e representantes de 40 países.

Ao concluir o dia, “levantamos mais de 4 milhões de libras (cerca de 26 milhões de reais) e numerosos apoios não financeiros e técnicos” a favor da ação do TPI na Ucrânia, acrescentou Raab.

O procurador do Tribunal, com sede em Haia, Karim Khan, pediu por maiores meios ao abrir a conferência em Londres, organizada conjuntamente por Reino Unido e Países Baixos. (AFP)