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Internacional

Malawi pede ajuda internacional diante da tragédia causada pelo ciclone Freddy

Mais de 88.300 pessoas ficaram sem casas

15 de Março de 2023 às 16:00
Cruzeiro do Sul [email protected]
 A general view of a damaged house caused by flood water in Chimkwankhunda in Blantyre on March 14, 2023, caused by heavy rains following cyclone Freddy's landfall. - Cyclone Freddy, packing powerful winds and torrential rain, killed more than 100 people in Malawi and Mozambique on its return to southern Africa's mainland, authorities said on March 13, 2023.
Freddy, on track to become the longest-lasting storm on record, barrelled through southern Africa at the weekend for the second time within a few weeks, making a comeback after a first hit in late February. (Photo by Jack McBrams / AFP)
Dezenas de pessoas continuam desaparecidas (Crédito: Jack McBrams / AFP)

O presidente do Malawi, Lazarus Chakwera, pediu, nesta quarta-feira (15), ajuda internacional para fazer frente à devastação causada pelo ciclone Freddy, "uma tragédia" que custou a vida de, ao menos, 225 pessoas no pobre país do Sul da África. Chakwera viajou para Blantyre, capital econômica do sul e epicentro da catástrofe, onde assistiu a uma cerimônia pelas vítimas do desastre.

"Isso é uma tragédia nacional. Faço um pedido aos sócios e doadores internacionais para que prestem mais ajuda diante da destruição e dos danos causados pelo ciclone tropical Freddy", insistiu. Dezenas de enlutados participaram de uma manifestação em uma escola do município de Chilobwe, próximo à Blantyre.

Freddy também atingiu duas vezes o vizinho Moçambique, onde foi registrado um balanço provisório de 21 mortos. O excepcionalmente longevo ciclone já havia atingido o sul da África no final de fevereiro, matando 17 pessoas, antes de retornar no início de março.

Com ventos menos potentes, porém com chuvas torrenciais, o ciclone provocou fortes inundações e deslizamentos de terra mortais no Malawi, onde foi declarado estado de catástrofe. O governo deslocou a polícia e o exército, enquanto dezenas de pessoas seguem desaparecidas.

O presidente Chakwera prometeu "intensificar" as buscas. Mais de 88.300 pessoas ficaram sem casas. Escolas e igrejas se converteram em refúgios de emergência. Foram abertos 165 centros de acolhida. Uma dezena de instalações sanitárias se viram afetadas pela destruição. Com as pontes derrubadas e o nível da água ainda alto em alguns lugares, as operações de resgate se tornam difíceis.

Sobreviventes foram encontrados em árvores e telhados. Em sua audiência semanal na Praça São Pedro, nesta quarta, o Papa Francisco orou pelas vítimas do ciclone.

"Rezo pelos falecidos, feridos e desalojados. Que o senhor sustente as famílias e comunidades mais afetadas por esta calamidade", disse. Hoje, mercados e lojas reabriram cedo em Chilobwe.

Daud Chitumba, um motorista de micro-ônibus de 27 anos, disse que tinha que trabalhar para alimentar sua família. "Tenho duas filhas pequenas e obrigações. Temos que reconstruir nossas vidas", explicou. Nos últimos dias, ocorreram chuvas torrenciais que provocaram inundações e deslizamentos de terra mortais. Nesta quarta, pela manhã, as precipitações pararam.

Dois dias atrás, moradores de Chilobwe, famílias e socorristas escavavam no barro, às vezes, com as mãos, em busca de um ente querido ou, ao menos, de seus cadáveres. "Há mortos por toda parte (...) todo o mundo perdeu alguém", lamentou Fadila Njolomole, de 19 anos. (AFP)