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Um ano de guerra

China propõe cessar-fogo e Rússia diz que ‘aprecia’ ideia

24 de Fevereiro de 2023 às 23:01
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O primeiro-ministro polonês Mateusz Morawiecki entregou ontem tanques Leopard 2 a Volodymyr Zelensky
O primeiro-ministro polonês Mateusz Morawiecki entregou ontem tanques Leopard 2 a Volodymyr Zelensky (Crédito: UKRAINIAN PRESIDENTIAL PRESS SERVICE / AFP)

 

A porta-voz do Ministério de Relações Exteriores da Rússia, Maria Zakharova, afirmou ontem (24) que o país “aprecia” a proposta chinesa de encerrar conflito na Ucrânia por meios pacíficos e está aberto a negociações, desde que suas condições sejam consideradas.

Para encerrar o conflito, a Rússia exige uma série de iniciativas políticas e diplomáticas, como o fim do suprimento de armas ocidentais à Ucrânia, fim das hostilidades e “reconhecimento de novas realidades territoriais”, além de retorno ucraniano a uma posição neutra e não alinhada internacionalmente.

Em nota oficial, Maria Zakharova ressalta que o principal obstáculo para um acordo de paz atualmente seria a impossibilidade de negociar a demanda por retirar tropas da Rússia dos territórios anexados -- Donbass, Crimeia, Zaporizhzhia e Kherson. “Gostaríamos também de recordar que foi a Ucrânia que em abril de 2022 pôs fim às conversações de paz por ela iniciadas com a Rússia”, destacou.

O ministério das Relações Exteriores reforçou que compartilha as visões de Pequim de comprometimento com os princípios e normas da legislação internacional da Organização das Nações Unidas (ONU), “segundo a qual a segurança de um país não deve ser reforçada em detrimento da segurança de outro”.

Em comunicado, o ministério também condena “qualquer medida restritiva não autorizada” pelo Conselho de Segurança da ONU, no qual o país tem poder de veto.

O plano proposto ontem pela China para decretação de um cessar-fogo e abertura de diálogo de paz entre as partes, tem 12 tópicos. O documento pede o fim das sanções impostas pelos países ocidentais à Rússia, o reforço na segurança de instalações nucleares, o estabelecimento de corredores humanitários para a evacuação de civis das áreas de conflito e a garantia de que a Ucrânia possa exportar grãos.

A China se diz neutra no conflito, mas tem uma relação próxima com a Rússia e se recusa a criticar a invasão da Ucrânia, que, em sua visão, teria sido provocada pelas potências do Ocidente.

Vitória “inevitável”

Os países ocidentais começaram a entregar tanques pesados à Ucrânia, o que levou o presidente Volodymyr Zelensky a afirmar ontem, no primeiro aniversário da invasão do país, que se eles mantiverem a ajuda a Kiev, a vitória da Ucrânia na guerra contra a Rússia será “inevitável”.

“Se nossos parceiros cumprirem com suas palavras e respeitarem os prazos, uma vitória inevitável nos espera. Eu realmente quero que seja este ano”, declarou Zelensky durante uma coletiva de imprensa em Kiev.

O primeiro-ministro polonês, Mateusz Morawiecki, anunciou na capital ucraniana que quatro tanques pesados alemães Leopard 2 já haviam chegado à Ucrânia e prometeu enviar 60 tanques poloneses PT-91 “muito em breve”. (Estadão Conteúdo e AFP)