Internacional
Turquia e Síria resgatam mais sobreviventes; balanço do terremoto supera 12 mil mortes
Poucos países ofereceram, até agora, ajuda à Síria
As equipes de emergência na Turquia e na Síria resgataram mais sobreviventes nesta quarta-feira (8) em sua luta contra o tempo para retirar pessoas dos escombros após o terremoto devastador de segunda-feira, que provocou mais de 12.049 mortes.
Durante dois dias e duas noites desde o terremoto de 7,8 graus de magnitude, milhares de socorristas trabalham em temperaturas gélidas para encontrar sobreviventes sob as ruínas de edifícios que desabaram dos dois lados da fronteira.
O diretor do Crescente Vermelho turco, Kerem Kinik, advertiu que as primeiras 72 horas foram críticas para os trabalhos de resgate, mas destacou que as ações foram prejudicadas pelas ‘severas condições meteorológicas‘.
Apesar das dificuldades, as equipes de resgate conseguiram salvar, ontem, várias crianças que estavam nos escombros de um imóvel na província turca de Hatay, onde vários municípios desapareceram por completo.
‘De repente ouvimos vozes [...]. Imediatamente ouvimos as vozes de três pessoas ao mesmo tempo‘, disse o socorrista Alperen Cetinkaya. ‘Esperamos mais. As chances de retirar pessoas com vida aqui são muito grandes‘, acrescentou.
O balanço provisório da tragédia supera 12.049 mortes, mas o número pode dobrar, caso sejam confirmados os temores dos especialistas da Organização Mundial da Saúde (OMS).
Na Turquia, onde o governo declarou sete dias de luto e estado de emergência de três meses nas províncias mais afetadas, o número de vítimas fatais subiu para 9.057 pessoas, segundo as autoridades.
Na Síria, país abalado por mais de uma década de guerra civil, o balanço chega a 2.992 mortos, de acordo com os números do governo de Damasco e das equipes da defesa civil nas zonas controladas por rebeldes.
O presidente turco, Recep Tayyip Erdogan, que visitou a província de Hatay nesta quarta-feira, destacou ‘deficiências‘ na resposta ao terremoto e disse que ‘é impossível estar preparado para uma catástrofe como essa‘.
Isoladas pelo regime de Damasco, as zonas sob controle dos rebeldes dependem dos esforços dos Capacetes Brancos, voluntários da Defesa Civil, que imploram por ajuda à comunidade internacional.
O terremoto destruiu a passagem de fronteira de Bab al Hawa, por onde transita quase toda a ajuda humanitária a partir da Turquia em direção às zonas rebeldes sírias, segundo a ONU.
‘Pedimos à comunidade internacional que assuma sua responsabilidade com as vítimas civis. Precisamos que as equipes internacionais de resgate entrem em nossas regiões‘, afirmou o porta-voz dos Capacetes Brancos, Mohammad al Chebli.
‘É uma verdadeira corrida contra o tempo, as pessoas morrem a cada segundo nos escombros‘, acrescentou.
O papa Francisco também fez um apelo nesta quarta-feira. ‘Encorajo todos a se solidarizarem com estes territórios, alguns deles já martirizados por uma longa guerra‘, disse o pontífice ao final da audiência geral.
Até o momento, a Síria conta principalmente com a ajuda da Rússia, sua aliada. Dezenas de países, da China aos Estados Unidos, passando por Ucrânia e Emirados Árabes Unidos, prometeram ajuda à Turquia. A União Europeia anunciou uma conferência de doadores no início de março em Bruxelas. (AFP)
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