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Terremoto provoca mais de 3 mil mortes na Síria e na Turquia

06 de Fevereiro de 2023 às 23:01
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Equipes de resgate lutam contra o tempo em busca de sobreviventes
Equipes de resgate lutam contra o tempo em busca de sobreviventes (Crédito: OMAR HAJ KADOUR/AFP)

Mais de 3.000 pessoas morreram em um terremoto devastador de magnitude 7,8, que sacudiu o sudeste da Turquia e o norte da Síria.

Na Turquia, onde o epicentro foi registrado, o serviço de emergências reportou ao menos 1.762 mortos. Na Síria, o terremoto deixou pelo menos 1.886 mortos, elevando o total de falecidos a 3.648.

‘A situação é muito grave, muitas pessoas ainda continuam sob os escombros dos edifícios‘, declarou o cirurgião Majid Ibrahim, no hospital Al Rahma da cidade de Darkush, no norte da Síria.

O tremor foi sentido às 04H17 locais (22H17 de domingo, horário de Brasília) e ocorreu a 17,9 km de profundidade, segundo o Serviço Geológico de Estados Unidos (USGS). O epicentro foi localizado no distrito de Pazarcik, no sudeste da Turquia, a 60 km da fronteira síria.

Foram registradas cerca de 50 réplicas, entre elas uma de magnitude 7,5, que impactou a região nove horas depois, quatro quilômetros a sudeste de Ekinozu.

O balanço das vítimas tem aumentado com o passar das horas, devido ao alto número de prédios que desabaram em cidades como Adana, Gaziantep, Sanliurfa e Diayarbakir.

A Organização Mundial da Saúde (OMS) informou que o número de vítimas pode ser oito vezes maior que o divulgado até o momento.

O presidente turco, Recep Tayyip Erdogan, declarou sete dias de luto pelas vítimas. ‘Nossa bandeira será hasteada a meio mastro até o pôr-do-sol de domingo‘, informou o presidente nas redes sociais.

Número de mortes pode ser 8 vezes maior que o divulgado até agora - ILYAS AKENGIN/AFP
Número de mortes pode ser 8 vezes maior que o divulgado até agora (crédito: ILYAS AKENGIN/AFP )

Devido à hora em que o terremoto ocorreu, de madrugada, a maioria das pessoas estava dormindo.

Algumas imagens exibidas pela TV turca mostravam as pessoas assustadas, de pijama, no meio da neve, observando os socorristas.

‘Achamos que fosse o apocalipse‘, disse à AFP a repórter Melisa Salman, que mora em Kahramanmaras, epicentro do tremor.

‘Estamos do lado de fora desde as quatro horas da madrugada. Está chovendo, mas ninguém se atreve a voltar para casa temendo novas réplicas‘, acrescentou uma jovem de 23 anos.

‘Todo o edifício desabou‘

Este sismo foi o maior na Turquia desde o terremoto de 17 de agosto de 1999, que deixou 17.000 mortos, mil deles em Istambul.

Segundo o vice-presidente turco, Fuat Oktay, ao menos três dos aeroportos na região afetada - Hatay, Maras e Gaziantep - foram fechados. No povoado sírio de Azmarin, fronteiriço com a Turquia, Usama Abdelhamid contou ter sentido o tremor enquanto estava dormindo.

‘Corri com minha mulher e meus filhos para a porta do nosso apartamento no terceiro andar. Quando a abrimos, todo o prédio desmoronou‘, declarou.

A agência de notícias síria SANA divulgou imagens que mostravam destruição importante em várias cidades, entre elas Lataquia, na costa mediterrânea, onde prédios inteiros ruíram.

Edifícios também desabaram em Hama, no centro do país, e em Aleppo, a segunda cidade síria, no norte do país, onde uma famosa cidadela foi danificada.

O Ministério da Educação anunciou o fechamento as escolas em todas as regiões controladas pelo governo até o fim de semana.

Minuto de silêncio na ONU

A Assembleia Geral da ONU fez um minuto de silêncio pelas vítimas do terremoto e o secretário-geral da organização, António Guterres, manifestou sua ‘profunda tristeza‘.

O governo sírio pediu socorro à comunidade internacional, que anunciou o envio de ajuda e equipes de resgate.

Foi o caso da União Europeia (UE) e de muitos dos países-membros do bloco. Reino Unido, Israel, Índia, Azerbaijão e Ucrânia, assim como a Grécia, adversária histórica da Turquia, fizeram o mesmo.

O presidente americano, Joe Biden, prometeu dar ‘toda a assistência necessária‘.

E o chefe de Estado russo, Vladimir Putin, que manteve conversas com seus colegas dos dois países, assegurou que enviará equipes de resgate.

Outros líderes, como o papa Francisco e o presidente chinês, Xi Jinping, enviaram seus pêsames às vítimas.

A Turquia fica em uma das áreas sísmicas mais ativas do mundo. (AFP)

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