Conflito
Presidente do Peru pede antecipação das eleições
O Peru é, há sete semanas, cenário de manifestações que pedem a demissão de Dina Boluarte

Cercada por protestos, bloqueios e problemas de escassez, a presidente do Peru, Dina Boluarte, pediu, nesta sexta-feira (27), ao Congresso que antecipe as eleições gerais para dezembro de 2023, para sair do ‘atoleiro‘ em que o país está há sete semanas. 56 mortes foram registradas até agora.
‘Colocamos este projeto de lei à consideração dos ministros para antecipar para dezembro de 2023‘ as eleições em ‘data e hora que o Congresso disser‘, afirmou Boluarte em um ato de governo no aeroporto militar de Lima.
‘Se [os partidos] Força Popular e Aliança para o Progresso estão pedindo o que já haviam apresentado [uma antecipação das eleições para 2023], que se retome, nesse sentido, essa proposta que vai nos tirar do atoleiro em que estamos‘, acrescentou.
O Legislativo já tinha aprovado em primeira votação a antecipação do pleito para abril de 2024, mas ‘os protestos continuam, há mais bloqueios e violência‘, reconheceu Boluarte.
O Peru é, há sete semanas, cenário de manifestações que pedem a demissão de Boluarte, ela era vice-presidente e assumiu após a destituição e detenção do presidente Pedro Castillo em 7 de dezembro. Castillo tentou dissolver o Parlamento.
Os protestos e bloqueios de estradas que exigem a renúncia de Boluarte, a antecipação das eleições e a convocação de uma assembleia constituinte não dão trégua e geram escassez de combustível, alimentos e insumos médicos.
Assim que o Congresso estabeleça a antecipação das eleições, ‘nós, do Executivo, estaremos convocando essas eleições imediatamente‘, disse Boluarte.
‘Ninguém tem nenhum interesse de se aferrar ao poder, ninguém tem esse interesse. E eu, Dina Boluarte, não tenho nenhum interesse em permanecer na Presidência. Se estou aqui, é porque assumi minha responsabilidade constitucional e estaremos aqui até que o Congresso‘ determine a data das eleições, comentou.
Os ministérios da Defesa e do Interior anunciaram que a polícia e as Forças Armadas vão desbloquear as rodovias do país tomadas pelos manifestantes. Além de gerar escassez de produtos básicos, os bloqueios também atrapalham o atendimento médico em várias regiões do país. (AFP)
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