Pandemia
Wuhan tem dia ‘normal’ apesar da recente onda de Covid-19
Privados das celebrações de Ano Novo, os 11 milhões de habitantes da cidade ficaram isolados do mundo por 76 dias

Os moradores de Wuhan frequentaram, ontem (21), o animado mercado das flores, para se prepararem para o Ano Novo Lunar, três anos depois que um misterioso vírus mergulhou a cidade chinesa em um aterrador confinamento. Enquanto algumas pessoas escolhiam a cor e o tipo de flores para celebrar a Festa da Primavera, outras foram ao mercado por um motivo mais triste: a morte de um ente querido, devido à recente onda de Covid-19.
“Tenho amigos e familiares que faleceram durante este período”, disse Zhang, de 54 anos, segurando um buquê de crisântemos, que simbolizam a dor na cultura chinesa. Visitar as casas de pessoas que faleceram recentemente para oferecer-lhes flores é parte dos costumes da véspera de Ano Novo, na província de Hubei, da qual Wuhan é a capital, disse Zhang, que preferiu não dar seu nome todo.
Em dezembro, Pequim suspendeu a estratégia draconiana de “Covid zero” imposta pelas autoridades, uma política que desacelerou a economia do gigante asiático e desencadeou grandes manifestações.
Desde então, o país registrou um aumento espetacular do número de casos. Wuhan, uma metrópole às margens do rio Yangtse, registrou os primeiros casos de Covid-19 no mundo no final de 2019. Seus moradores ainda se recordam de que, para conter os contágios, as autoridades impuseram um confinamento rigoroso dois dias antes do Ano do Rato, em janeiro de 2020.
Privados das celebrações de Ano Novo, os 11 milhões de habitantes da cidade ficaram isolados do mundo por 76 dias. Wuhan se tornou, então, epicentro de uma epidemia que se tornou mundial. Ontem (21), cidade parecia ter voltado ao normal. (AFP)