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Educação

Afegãs protestam contra proibição nas universidades

O ministro do Ensino Superior, Neda Mohammad Nadeem, ordenou na terça-feira (20) que todas as universidades públicas e privadas do país proíbam as alunas de frequentar as aulas

22 de Dezembro de 2022 às 10:46
Cruzeiro do Sul [email protected]
 Afghan women chant slogans to protest against the ban on university education for women, in Kabul on December 22, 2022. - A small group of Afghan women staged a defiant protest in Kabul on December 22 against a Taliban order banning them from universities, an activist said, adding that some were arrested. (Photo by AFP)
Afegãs protestam contra proibição nas universidades (Crédito: AFP)

Um pequeno grupo de mulheres afegãs organizou um protesto relâmpago em Cabul, nesta quinta-feira (22), para desafiar o regime talibã, depois que foram proibidas de estudar na universidade — disse uma ativista, acrescentando que algumas delas foram detidas. "Direitos para todos, ou para ninguém", gritavam as manifestantes em um bairro de Cabul, segundo imagens de vídeo obtidas pela AFP.

Cerca de 20 mulheres afegãs, vestidas com hijabs e algumas usando máscaras faciais, gritaram com os punhos erguidos na rua para serem autorizadas a estudar. Mas "algumas mulheres foram detidas e levadas por policiais", disse à AFP uma manifestante, que preferiu permanecer anônima. "Duas mulheres foram libertadas, mas várias permanecem presas", acrescentou.

Os protestos das mulheres se tornaram menos frequentes no Afeganistão desde a prisão de ativistas proeminentes no início deste ano. As participantes correm o risco de serem presas, submetidas à violência e estigmatizadas. Inicialmente planejada para acontecer em frente ao campus de Cabul, o maior e mais prestigioso do país, a manifestação foi forçada a se deslocar, devido à presença de um grande efetivo de segurança.

"As meninas afegãs são um povo morto (...). Elas choram sangue", disse Wahida Wahid Durani, estudante de jornalismo da Universidade de Herat (oeste). "Eles estão usando toda sua força contra nós. Receio que logo anunciarão que as mulheres não têm nem o direito de respirar", lamentou a estudante.

Em uma carta concisa, o ministro do Ensino Superior, Neda Mohammad Nadeem, ordenou na terça-feira (20) que todas as universidades públicas e privadas do país proíbam as alunas de frequentar as aulas por tempo indeterminado. (AFP)