Balanço atualizado
Número de mortos em incêndio em prisão de Teerã sobe para oito
Quantidade de óbitos subiu após o falecimento de quatro pessoas que estavam no hospital
Oito pessoas morreram no incêndio de sábado (15) na prisão de Evin, em Teerã, de acordo com um balanço atualizado divulgado nesta segunda-feira (17) pela autoridade judicial iraniana. O balanço anterior citava quatro vítimas fatais e 61 feridos, incluindo quatro em estado grave.
"Quatro pessoas (feridas) morreram no hospital em consequência do agravamento do estado de saúde, o que elevou o balanço para oito falecidos", informou o site Mizan Online, a página da autoridade judicial do país. Todas as pessoas mortas estavam detidas por crimes de roubo, de acordo com o site. As autoridades iranianas afirmaram no sábado (15) que "malfeitores" provocaram os confrontos e um incêndio em um depósito de roupas no centro de detenção.
Na prisão de Evin, ironicamente chamada de "Universidade Evin" pela quantidade de intelectuais nela detidos, estão, atualmente, várias pessoas presas durante os protestos e, em geral, presos políticos e de consciência, assim como estrangeiros ou pessoas com dupla cidadania.
A agência oficial de notícias Irna afirmou que o incidente "não tem nenhuma relação" com as manifestações em várias partes do país contra a morte, em 16 de setembro, da jovem Mahsa Amini, que entraram na quinta semana apesar da repressão que já deixou pelo menos 108 vítimas fatais, de acordo com a ONG Iran Human Rights (IHR).
A mesma organização questionou a versão das autoridades iranianas. "Levando em consideração como as mentiras das autoridades viraram a norma, não aceitamos as explicações oficiais", afirmou o IHR, que tem sede em Oslo e indicou ter recebido informações de que os guardas tentaram incitar os detentos.
Após o incêndio, várias Organizações Não Governamentais (ONGs) e o governo dos Estados Unidos expressaram preocupação com os prisioneiros, mas vários detentos estrangeiros conseguiram entrar em contato com suas famílias.
Parentes e grupos de apoio a prisioneiros como a pesquisadora franco-iraniana Fariba Adelkhah, o americano Siamak Namazi e os austríacos Kamran Ghaderi e Massoud Mossaheb informaram que eles estavam a salvo. O ministério italiano das Relações Exteriores informou que Alessia Piperno, cidadã do país detida em 28 de setembro no Irã, também estava segura. O chefe da diplomacia europeia, Josep Borrell, pediu "transparência máxima" às autoridades iranianas, no momento em que a UE se prepara para anunciar sanções a a Teerã. (AFP)