Guerra na Ucrânia
Putin acusa serviço secreto ucraniano de explosão em ponte da Crimeia
O presidente russo classificou a explosão em ponte da Crimeia de 'ato terrorista'
O presidente da Rússia, Vladimir Putin, acusou neste domingo (9) o serviço secreto ucraniano de ter provocado a forte explosão que danificou ontem a ponte da Crimeia e classificou o incidente de "ato terrorista" contra uma infraestrutura importante.
"Os autores, os executores e os patrocinadores são o serviço secreto ucraniano", declarou Putin durante reunião com o chefe do Comitê de Investigação russo, de acordo com um vídeo difundido pelo Kremlin.
"Não há dúvida de que se trata de um ato terrorista para destruir uma infraestrutura civil russa que é de importância decisiva", acrescentou Putin.
Uma forte explosão, que as autoridades russas atribuíram a um caminhão-bomba, danificou na manhã de ontem a ponte sobre o estrito de Kerch na Crimeia, que liga a península anexada em 2014 com o território russo, e por onde circulam trens e automóveis.
Até agora, a Rússia não havia acusado Kiev do incidente, que deixou três mortos, e a Ucrânia tampouco reivindicou qualquer responsabilidade, mas suas autoridades fizeram diversos comentários irônicos sobre o assunto.
"Trata-se de um ato terrorista preparado pelo serviço secreto ucraniano. O objetivo era destruir uma grande infraestrutura civil muito importante para a Rússia", disse hoje o titular do Comitê de Investigação russo, Alexander Bastrykin, durante a reunião com Putin.
A ponte sobre o estreito de Kerch, inaugurada em 2018 por Vladimir Putin, também facilita o abastecimento das tropas russas em território ucraniano. As autoridades de Kiev, por sua vez, fizeram diversas ameaças de ataques à ponte em ocasiões anteriores.
Ponte de Kerch
Um caminhão-bomba causou, neste sábado (8), um incêndio e o desabamento de parte da ponte de Kerch, que liga a Crimeia à Rússia, danificando uma importante via de abastecimento entre Moscou e o sul da Ucrânia. Autoridades russas dizem que o caminhão explodiu, incendiando sete tanques de combustível em trens de carga.
O presidente do parlamento regional da Crimeia, apoiado pelo Kremlin, acusou imediatamente a Ucrânia, embora o Kremlin não tenha atribuído a culpa ao país em guerra. Autoridades ucranianas já haviam feito ameaças de ataque à ponte, mas Kiev, até o momento, não reivindicou a responsabilidade. O ato ocorreu um dia depois que o presidente russo, Vladimir Putin, completou 70 anos. Putin ordenou uma investigação oficial sobre a causa do incêndio.
A ponte rodoviária e ferroviária é a mais longa da Europa, com 19 quilômetros, e foi construída por ordem do presidente Vladimir Putin. Se trata da única via ligando a Crimeia à Rússia, usada principalmente para transportar equipamentos militares para as forças armadas russas na Ucrânia. (AFP)