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Saúde

Hong Kong acaba com quarentena obrigatória para chegada de estrangeiros

Os viajantes, no entanto, serão submetidos a um teste PCR na chegada e não poderão frequentar bares e restaurantes nos primeiros três dias, de acordo com um sistema denominado "0+3" pelas autoridades

23 de Setembro de 2022 às 15:47
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 People use umbrellas to shield themselves from the sun in Hong Kong on September 16, 2022. (Photo by ISAAC LAWRENCE / AFP)
Os viajantes, no entanto, serão submetidos a um teste PCR na chegada e não poderão frequentar bares e restaurantes nos primeiros três dias, de acordo com um sistema denominado "0+3" pelas autoridades (Crédito: AFP)

Hong Kong anunciou nesta sexta-feira (23) o fim da quarentena obrigatória por Covid-19 para os estrangeiros que chegam ao território, uma decisão que acaba com dois anos e meio de isolamento do centro financeiro.

"Com este dispositivo, o sistema de quarentena em um hotel será cancelado", afirmou o chefe de Executivo, John Lee, à imprensa.

Os viajantes, no entanto, serão submetidos a um teste PCR na chegada e não poderão frequentar bares e restaurantes nos primeiros três dias, de acordo com um sistema denominado "0+3" pelas autoridades.

E os turistas ainda correm o risco de ficarem isolados em um quarto de hotel ou, na pior das hipóteses, de serem enviados para centros de quarentena, em caso de teste positivo para Covid no desembarque em Hong Kong.

A suspensão das restrições, muito aguardada, vai aliviar os moradores e as empresas, que desejavam que o centro financeiro seguisse a tendência mundial e autorizasse as viagens sem restrições.

O governo enfrentava a pressão crescente dos moradores, empresários e até especialistas de saúde para acabar com a quarentena, em particular após a onda epidêmica do início do ano.

Desde então, o número de infecções locais supera por ampla margem o de casos procedentes do exterior, mas as autoridades optaram por manter as regras da quarentena.

As normas, que chegaram a prever até 21 dias de isolamento em um hotel, provocaram um grande êxodo: 113.000 pessoas deixaram a cidade desde meados de 2021, de acordo com dados oficiais.

- Hong Kong perde liderança -

E o custo econômico foi elevado: a cidade está atualmente em recessão técnica, depois de registrar queda do PIB por dois trimestres consecutivos.

"Existe uma forte possibilidade de que Hong Kong registre um crescimento negativo do PIB este ano" advertiu nesta quinta-feira o secretário de Finanças da cidade, Paul Chan.

De acordo com um ranking mundial divulgado na quinta-feira, em que Nova York e Londres permanecem nas primeiras posições, Hong Kong perdeu o posto de maior centro financeiro da Ásia, agora ocupado por Singapura.

O aeroporto de Hong Kong já foi um dos mais ativos do mundo. Mas o número de passageiros este ano representa apenas 3,8% do nível pré-pandemia.

Após o anúncio desta sexta-feira, o site da companhia aérea Cathay Pacific recebeu muitas visitas. Mas é pouco provável que Hong Kong recupere de maneira rápida o turismo de massa.

Nos últimos dois anos, várias companhias reduziram os voos ou desistiram de voar até a cidade. Além disso, os preços dispararam: uma passagem de Los Angeles ou Londres para Hong Kong dobrou em relação ao período anterior à pandemia.

Hong Kong aplicou uma versão mais flexível da estratégia chinesa de 'Covid zero', que impõe confinamentos com a detecção de casos positivos e testes PCR praticamente obrigatórios a cada 48 ou 72 horas.

A China é a única grande economia do mundo que mantém um longo período de quarentena para as chegadas internacionais. (AFP)