Internacional
Furacão Fiona causa fortes ventos e chuvas torrenciais nas Bermudas
Furacão provocou rajadas de 160 km/h nesta sexta-feira (23), deixando milhares de pessoas sem energia elétrica

O furacão Fiona provocou rajadas de 160 km/h e chuvas torrenciais em Bermudas nesta sexta-feira (23) pela manhã, deixando milhares de pessoas sem energia elétrica, ao passar por esta ilha do Atlântico.
Às 6h00 (mesmo horário em Brasília), o centro de Fiona estava localizado a cerca de 250 quilômetros ao noroeste deste território britânico, segundo o Centro Nacional de Furacões dos Estados Unidos (NHC), que rebaixou a tempestade para a categoria 3 na escala de Saffir-Simpson em seu último boletim.
À noite, várias áreas registraram cortes de energia, com mais de 7.000 pessoas afetadas, segundo dados da principal empresa de eletricidade.
As escolas estão fechadas nesta sexta-feira e o governo anunciou a abertura de um centro de alojamento de emergência. A circulação de ônibus e balsas está suspensa desde ontem à noite.
Na quinta-feira, diante das advertências de furacão e previsões do NHC de fortes ventos, os moradores das Bermudas se refugiaram em suas casas.
"Essa tempestade será pior que a outra", disse à AFP Richard Hartley, dono de uma loja na capital Hamilton, enquanto colocava placas de metal nas vitrines de sua loja com a ajuda de sua esposa.
Fiona, que perdeu força ao redor da ilha, pode causar ventos fortes a mais de 100 km de seu centro e alguns até 210 km/h, segundo o NHC.
Nas Bermudas, um arquipélago muito pequeno de 64.000 habitantes, o NHC previu chuvas fortes, de até 100 mm, e "grandes ondas destrutivas". A extensão dos danos era desconhecida até o início desta sexta-feira.
"Viver com isso"
O território britânico não é estranho aos furacões, mas também é minúsculo, com apenas cerca de 54 km2, e um dos lugares mais remotos do mundo, localizado a 1.030 km do seu vizinho mais próximo, os Estados Unidos .
Isso significa que não há para onde levar as pessoas quando ocorre uma grande tempestade.
"Você tem que viver com isso porque mora aqui, não pode correr para lugar nenhum porque é apenas uma pequena ilha", disse JoeAnn Scott, funcionário de uma loja em Hamilton. Os moradores estocaram comida, velas e baldes de água.
Como a ilha não tem fonte de água doce, todos os prédios têm tanques para armazenar a água da chuva, bombeada para as casas por um sistema elétrico. Com possíveis quedas de energia durante tempestades, os moradores costumam encher suas banheiras ou baldes com antecedência.
Fiona matou quatro pessoas em Porto Rico no início desta semana, segundo a mídia americana, enquanto uma morte foi relatada no departamento ultramarino francês de Guadalupe e duas na República Dominicana.
Em Porto Rico, o presidente dos EUA, Joe Biden, declarou estado de emergência. Na República Dominicana, o presidente Luis Abinader declarou estado de desastre natural em três províncias do leste. (AFP)