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Internacional

Papa Francisco pede ao mundo que evite um desastre nuclear na Ucrânia

25 de Agosto de 2022 às 00:01
Cruzeiro do Sul [email protected]
Papa pediu paz na Ucrânia
Papa pediu paz na Ucrânia (Crédito: FILIPPO MONTEFORTE / AFP)

O Papa Francisco pediu, ontem (24), ao mundo que ‘evite o risco de um desastre nuclear‘ na Ucrânia e reiterou que a ‘guerra é uma loucura‘ após seis meses do início da invasão russa.

‘Renovo meu convite a implorar a paz do Senhor para o querido povo ucraniano, que há seis meses sofre o horror da guerra‘, disse Francisco durante a tradicional audiência geral das quartas-feiras no Vaticano.

Em sua mensagem, pediu ‘que sejam tomadas medidas concretas para acabar com a guerra e evitar o risco de um desastre nuclear em Zaporizhzhia‘, insistiu.

‘Penso em tanta crueldade, em tantas pessoas inocentes que estão pagando pela loucura, pela loucura de todos os lados, porque a guerra é uma loucura‘, afirmou.

Vários países expressaram seus temores sobre a possibilidade de um desastre na maior usina nuclear da Europa, ocupada desde o início de março pelo exército russo e alvo de bombardeios recorrentes.
Em um discurso em Rimini, o primeiro-ministro italiano Mario Draghi lamentou ‘o bombardeio na véspera com mísseis russos na área ao redor da usina‘ e se uniu ao pedido do papa para que se evite uma catástrofe nuclear.

‘Penso na pobre menina a quem explodiu uma bomba debaixo do banco de um carro em Moscou. Os inocentes pagam pela guerra, os inocentes!‘, lamentou o papa, referindo-se à morte de Daria Dugina, jornalista e cientista política de 29 anos, filha do homem que é considerado o ideólogo do presidente russo Vladimir Putin, Aleksandr Dugin.

Essa frase provocou uma reação sem precedentes do embaixador ucraniano na Santa Sé, Andriï Yurach, que descreveu o discurso do papa como ‘decepcionante‘ no Twitter.

‘Como é possível mencionar um dos ideólogos do imperialismo russo como se fosse uma vítima inocente?‘, escreveu.

‘O agressor e a vítima, o estuprador e o estuprado não podem ser colocados na mesma categoria‘, ressaltou.

O papa também chamou a atenção para os dramas deixados pela guerra e mais uma vez condenou aqueles que vendem armas.

‘Penso nas crianças. Tantos mortos e tantos refugiados. Tantos feridos. Tantas crianças ucranianas e russas ficaram órfãs. Os órfãos não têm nacionalidade: perderam um pai ou uma mãe‘, disse ele.

‘Aqueles que lucram com a guerra (...) são criminosos que assassinam a humanidade‘, sublinhou o papa, que em várias ocasiões condenou a chamada ‘terceira guerra mundial em pedaços‘ ao se referir aos inúmeros conflitos e em particular à Síria e ao Iêmen. (AFP)