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Internacional

Onde recorde de calor provoca estragos e espalha fogo pela Europa

Altas temperaturas movem-se para o norte e provocam transtornos até na Holanda e na Alemanha

20 de Julho de 2022 às 00:01
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Na França os bombeiros seguem numa luta ferrenha contra os incêndios florestais
Na França os bombeiros seguem numa luta ferrenha contra os incêndios florestais (Crédito: LOIC VENANCE / AFP)

 

A segunda onde de calor que se abateu sobre a Europa em apenas um mês continua a provocar estragos e atinge cada vez mais países. Ontem (19), as altas temperaturas bateram recordes históricos no Reino Unido, que ultrapassou pela primeira vez os 40º C, provocando uma corrida às piscinas, praias e mesmo fontes públicas. Os incontroláveis incêndios florestais até então vistos na Península Ibérica e na França, espalham-se pelo continente e chegaram também à Grécia, onde provocaram a evacuação em duas regiões próximas a Atenas.

No aeroporto de Heathrow, ao oeste de Londres, foram registrados 40,2º C, informou a agência de meteorologia britânica Met Office às 13h (horário local), um calor sem precedentes. Pelo menos 34 cidades bateram o recorde anterior no Reino Unido, de 38,7º C, registrado em 25 de julho de 2019 em Cambridge. Médicos condenaram os comentários do vice-primeiro-ministro Dominic Raab, que pediu aos britânicos que “aproveitem o sol”.

O aumento do calor, segundo os cientistas, é uma consequência direta da crise climática, uma vez que as emissões de gases de efeito de estufa aumentam sua intensidade, duração e frequência. O recorde de temperatura é “uma verdadeira lembrança de que o clima mudou e continuará mudando”, afirmou Stephen Belcher, chefe de ciência e tecnologia da Met Office. “Esses extremos serão cada vez mais extremos”, alertou, afirmando que a única maneira de estabilizar o aquecimento é alcançar rapidamente a neutralidade do carbono.

Em Londres, o calor chegou a provocar uma pane nos serviços ferroviários - NIKLAS HALLE’N / AFP
Em Londres, o calor chegou a provocar uma pane nos serviços ferroviários (crédito: NIKLAS HALLE’N / AFP)

Cerca de 30 quilômetros ao leste de Londres, um grande incêndio atingiu, ontem à tarde, a cidade de Wennington, onde cerca de cem bombeiros tentavam controlar as chamas, que já engoliram grandes extensões de vegetação e vários prédios e casas.

Na Espanha, onde a onda de calor extremo começou há nove dias, os incêndios florestais persistem, especialmente na província de Zamora (noroeste), que já sofreu um grande incêndio há um mês. Segundo as autoridades regionais, quase 6 mil pessoas tiveram que ser deslocadas. Foram vários dias em que as temperaturas ultrapassaram os 40º C em grande parte do país.

A onda de calor parecia se mover para o norte da Europa ontem, onde a Holanda registrou 39º C, aproximando-se de seu recorde nacional (40,7º C em 2019). As temperaturas também deveriam ultrapassaram os 41º C na Alemanha, batendo o recorde de 41,2º C registrado em julho de 2019 no oeste do país.

Em Berlim, uma mulher entra de roupa e tudo para se refrescar numa fonte - JOHN MACDOUGALL / AFP
Em Berlim, uma mulher entra de roupa e tudo para se refrescar numa fonte (crédito: JOHN MACDOUGALL / AFP)

Após os recordes de calor registrados no dia anterior na França -- 42º C em Nantes (centro-oeste) e 42,6º C em Biscarosse (sudoeste) -- esperava-se que as temperaturas caíssem ligeiramente na costa atlântica. Mas o país continuava a enfrentar dois grandes incêndios na região de Bordeaux, que já destruíram 19 mil hectares de floresta e causaram a evacuação de 16 mil pessoas.

A Duna de Pilat, uma atração famosa na costa sudoeste da França, está envolta em fumaça. Ontem, cerca de 6.500 hectares de floresta já haviam queimado perto da duna e outro incêndio queimou mais 12.800 hectares, 50 quilômetros a leste dali. Cerca de 2 mil bombeiros lutam incansavelmente para controlar o fogo, enquanto outras 20 mil pessoas foram evacuadas da área circundante.

Mais de 1.400 bombeiros continuaram a combater os incêndios também no centro e norte de Portugal, apesar da leve queda das temperaturas registrada nos últimos dias. Os dois incêndios mais preocupantes ocorreram na região de Vila Real, no extremo norte do país. Na noite de segunda-feira, um casal na faixa dos 70 anos morreu ao sair de uma estrada enquanto tentava escapar das chamas em seu carro.

Cerca de metade do território da União Europeia está atualmente em risco de seca devido à prolongada falta de chuva. Isso coloca países como França, Romênia, Espanha, Portugal e Itália em risco de ver seus rendimentos agrícolas reduzidos, alertou a Comissão Europeia. (Da Redação, com informações de AFP, Estadão Conteúdo e Agência Brasil)

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