Internacional
Cresce pressão pela demissão do primeiro-ministro Boris Johnson
O primeiro-ministro britânico, Boris Johnson, abalado pelos pedidos de demissão de 30 integrantes de seu governo e pressionado por vários outros para renunciar, demitiu um aliado importante e se agarrou ontem (6) a um cargo que cada vez mais está por um fio.
A demissão do ministro da Habitação, Michael Gove -- braço direito de Johnson na campanha de 2016 pelo Brexit --, mostra que o líder conservador não pretende deixar o cargo sem brigar. A imprensa britânica noticiou que Gove chegou a pedir para que Johnson deixasse o cargo de primeiro-ministro.
Segundo a imprensa local, vários nomes do Executivo, incluindo sua até então defensora incondicional Priti Patel, ministra do Interior, foram a Downing Street para dizer que Johnson perdeu o apoio de seu Partido Conservador e que não pode continuar. “O primeiro-ministro está animado e continuará lutando”, disse à Sky News James Duddridge, o assessor de Johnson.
No entanto, o premier se recusa veementemente a renunciar. “Eu realmente não acho que ninguém neste país queira que os políticos se dediquem a uma campanha eleitoral agora”, declarou a um grupo formado por presidentes das diferentes comissões parlamentares, descartando a possibilidade de convocar eleições antecipadas.
O líder da oposição, o trabalhista Keir Starmer, o acusou de apresentar um “espetáculo patético no último ato de sua carreira política”. Este novo capítulo da crescente crise política no Reino Unido começou na terça-feira à noite, quando os ministros da Saúde, Sajid Javid, e das Finanças, Rishi Sunak, anunciaram quase ao mesmo tempo os respectivos pedidos de demissão.
Eles foram seguidos por 30 integrantes do governo, de menor escalão, em uma sangria que prosseguiu ontem com secretários de Estado. (AFP)