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Internacional

Morte de 7 oligarcas russos em 3 meses cria onda de boatos

11 de Maio de 2022 às 00:01
Cruzeiro do Sul [email protected]
(Crédito: RONALDO SCHEMIDT / AFP)

Pelo menos sete bilionários russos morreram desde o final de janeiro até o início deste mês. Cinco supostamente se suicidaram e três foram encontrados próximos a cadáveres de parentes, levando à suspeita de assassinato seguido de suicídio. A coincidência entre os casos criou uma onda de boatos sobre suicídios forjados e assassinatos, embora nada seja provado.

Os casos ocorreram em diferentes cidades e países em um curto espaço de tempo. Segundo os registros, quatro dos mortos estavam associados à gigante de energia estatal russa Gazprom ou a uma de suas subsidiárias.

O primeiro caso é o do executivo Leonid Shulman, encontrado morto em sua casa de campo em Lensinski, perto de São Petersburgo, em 30 de janeiro. A agencia russa RIA Novosti informou que uma carta de suicídio foi encontrada no local. Shulman era chefe de transporte da Gazprom Invest.

Em 25 de fevereiro, outro executivo da Gazprom -- Alexander Tiulakov -- foi encontrado morto na garagem de casa na mesma vila, noticiou o Novaya Gazeta. Ele também teria se suicidado. Três dias depois, Mikhail Watford, um bilionário russo nascido na Ucrânia, foi encontrado morto em sua casa em Surrey, na Inglaterra. O caso está sob investigação.

No fim de março, foi a vez de Vasili Melnikov ser encontrado morto com a família em Nizhny Novgorod, na Rússia. A morte do empresário foi reportada pelo jornal Kommersant e, embora seu nome não tenha sido divulgado, se encaixa nas informações divulgadas pelo Comitê de Investigação da Rússia sobre a morte de um homem de 43 anos, de sua mulher e de duas crianças.

Em 18 de abril, Vladislav Avaiev, ex-vice-presidente do Gazprombank, foi encontrado morto com a mulher e a filha em seu apartamento em Moscou, segundo a agência russa Tass. Ela noticiou que Avaiev foi encontrado com uma pistola na mão e o caso é investigado como assassinato seguido de suicídio.

Apenas um dia depois, Sergei Protosenia, ex-executivo da companhia de gás Novatek, que pertence à Gazprom, foi encontrado morto em Lloret de Mar, ao norte de Barcelona. Assim como os outros casos citados, Protosenia foi encontrado junto da mulher e da filha. Os corpos das duas mulheres apresentavam sinais de violência e foram encontrados dentro da casa. Já Protosenia foi encontrado no jardim.

O filho de Protosenia, Fedor, questionou o suicídio ao jornal britânico Daily Mail e sugeriu que o pai foi assassinado. ‘Ele amava minha mãe e especialmente Maria, minha irmã. Ela era sua princesa. Ele nunca faria nada para prejudicá-las. Não sei o que aconteceu, mas sei que meu pai não as machucou‘, disse Fedor, que estava na França.

Há também o caso de Andrei Krukovski. Diretor da estação de esqui Krasnaya Polyana, perto de Sochi. Ele morreu no dia 2 após cair de um penhasco. Uma reportagem da Deutsche Welle sugere que os suicídios podem ter sido forjados e o Kremlin estaria envolvido. Mas nenhum dos oligarcas mortos havia criticado o Kremlin ou a invasão da Ucrânia, nem estava nas listas de sanções internacionais.

O único caso que envolve bilionários russos sancionados é o de Roman Abramovich, no início de março. O dono do Chelsea estava em Kiev participando de uma negociação de paz entre Rússia e Ucrânia, quando teve sintomas de envenenamento. (Estadão Conteúdo, com agências internacionais)