Internacional
Putin se desculpa com Israel por fala de chanceler Lavrov
O presidente russo, Vladimir Putin, pediu desculpas ao primeiro-ministro israelense, Naftali Bennett, ontem (5), pelas declarações dadas por seu chanceler, que afirmou que Adolf Hitler teria “sangue judeu”, informou o governo de Israel. “O primeiro-ministro aceitou as desculpas do presidente Putin pelos comentários de (Serguei) Lavrov e agradeceu por ter esclarecido sua postura sobre o povo judeu e a memória do Holocausto”, destacou o governo em nota.
Lavrov afirmou que no último domingo que o fato do presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, ser de origem judaica não o impedia de comandar um regime “neonazi”, como afirma a Rússia, que utiliza desse argumento para justificar a invasão na Ucrânia, iniciada em fevereiro. “Posso me equivocar, mas Hitler também tinha sangue judeu”, afirmou Lavrov.
Suas declarações, que remetem a rumores desmentidos regularmente por historiadores, provocaram a indignação de Israel. O país, que desde o inicio do conflito trata de manter uma delicada neutralidade entre Kiev e Moscou, convocou no dia seguinte o embaixador russo para exigir esclarecimentos.
“Os comentários do ministro Lavrov são escandalosos, imperdoáveis e um horrível erro histórico”, afirmou na segunda-feira o ministro israelense de Relações Exteriores, Yair Lapid. Bennett também denunciou as “mentiras” de Lavrov e declarou: “O uso do Holocausto do povo judeu como uma ferramenta política deve cessar imediatamente”.
</INT-BK>Abertura dos portos
</TEXT-BK>O diretor executivo do Programa Mundial de Alimentos (PMA) da Organização das Nações Unidas, David Beasley, pediu que a Rússia permita a reabertura de portos na região de Odessa, na Ucrânia. Segundo ele, sem isso, o número de pessoas famintas no mundo vai aumentar e a economia agrícola global entrará em colapso.
Beasley prevê que os preços de energia, alimentos e transporte subirão ainda mais caso a Rússia não permita a reabertura dos portos. “Enfrentaremos catástrofe em cima de catástrofe”, afirmou. A reabertura dos portos em Odessa é uma questão “crítica para a Ucrânia e, mais importante, para o resto do mundo nos próximos oito a 12 meses e no ano que vem”, completou. (AFP e Estadão Conteúdo)