Mais de 340 pessoas morreram nas chuvas torrenciais na África do Sul que começaram no último fim de semana, a maioria delas na cidade portuária de Kwazulu. Um número significativo de pessoas ainda está desaparecido.

As tempestades, as mais fortes já vistas na região em mais de 60 anos, atingem com força os bairros pobres, onde há casas precárias, feitas de chapas de papelão ondulado ou tábuas de madeira, muitas vezes construídas em terrenos instáveis.

A chuva destruiu milhares de casas, escolas, estradas e pontes. As equipes de resgate lutam para chegar a áreas de difícil acesso. Petros Ndala, 59 anos, afirma ter perdido tudo. “Só levei minha carteira de motorista e um documento de identidade”, explica.

“Estamos sozinhos”, diz Thobele Sikhephen, 35 anos. “Desde que tudo isso aconteceu, ninguém veio ver se estávamos bem. Não há ninguém aqui que possa nos ajudar”, acrescenta. Ele lembra que após as enchentes anteriores, em 2017 e 2019, o governo prometeu realojá-los, mas que isso não aconteceu.

“Não temos onde dormir nem onde comer”, resume. Quando a água subiu, ele fugiu com a esposa grávida de seis meses, carregando apenas o que podia levar. (AFP)