Guerra
Em Kiev, Johnson promete mais armas para Ucrânia
Primeiro-ministro britânico disse que vai enviar blindados e mísseis
O primeiro-ministro britânico, Boris Johnson, prometeu ontem, durante uma visita surpresa a Kiev, enviar veículos blindados e mísseis anti-embarcações à Ucrânia, no dia seguinte de um bombardeio que deixou ao menos 52 mortos em uma estação perto da linha de frente com tropas russas.
Após uma conversa com o presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, Johnson prometeu 120 veículos blindados e novos sistemas de mísseis contra embarcações e descreveu a resistência contra a invasão ordenada há mais de seis semanas pelo presidente russo, Vladimir Putin, como “a maior façanha do século 21”.
“Graças à liderança decisiva do presidente (ucraniano, Volodimir) Zelensky e ao invencível heroísmo e à coragem do povo ucraniano, os planos monstruosos do (presidente russo, Vladimir) Putin foram desbaratados”, disse Johnson. Ele é o primeiro chefe de Estado ou governo de potências do G7 que viaja a Kiev desde o início da invasão, em 24 de fevereiro.
Mas as demonstrações de apoio e as visitas de altos funcionários ocidentais se multiplicaram desde a descoberta, há uma semana, de dezenas de corpos em roupas civis em Bucha, uma cidade perto de Kiev ocupada durante semanas por tropas russas.
Soma-se a essa tragédia, que Johnson qualificou como um crime de guerra, a morte de pelo menos 52 pessoas em um ataque com mísseis na estação ferroviária de Kramatorsk, na parte de Donbass (leste) ainda sob controle da Ucrânia.
Este bombardeio ocorreu quando centenas de pessoas diariamente esperavam por um trem para fugir de Donbass, palco de uma guerra com separatistas pró-Rússia desde 2014.
O presidente americano, Joe Biden, acusou a Rússia de ter cometido uma “horrível atrocidade”. Na tarde de sexta-feira, a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, viajou para a Ucrânia e visitou uma vala comum em Bucha, juntamente com o chefe da diplomacia da União Europeia (UE), Josep Borrell.
A UE anunciou novas sanções contra mais de 200 pessoas do círculo de Putin, incluindo suas duas filhas mais velhas, que terão seus fundos bloqueados nos 27 países do bloco. “Estamos ativando todo o nosso poder econômico para que Putin pague um preço muito, muito alto” pela invasão da Ucrânia, disse von der Leyen em Kiev. (AFP)