Guerra na Ucrânia
G7 promete agir em conjunto nas sanções contra a Rússia
O G7 publicou comunicado ontem (7) no qual os líderes dos países condenam as “atrocidades” das Forças Armadas da Rússia em Bucha e em outras cidades da Ucrânia O grupo reafirma sua “total solidariedade” com os ucranianos e diz que atuará em conjunto para impor mais medidas econômicas e financeiras para pressionar a Rússia.
O G7 lembra que o assassinato de civis e não combatentes é proibido pela lei humanitária internacional e apoia o pedido da Organização das Nações Unidas por uma investigação independente do caso, pedindo que os responsáveis sejam julgados.
“Nós elevaremos mais o custo desta guerra para os arquitetos dessa agressão”, diz o G7, citando “o presidente Vladimir Putin e seus cúmplices”. O grupo afirma que vetará novos investimentos em setores importantes da economia russa, incluindo o setor de energia. “Conforme a guerra prossiga, a Rússia enfrentará uma longa queda rumo ao isolamento econômico, financeiro e tecnológico”.
O grupo diz que estenderá vetos a exportações de produtos avançados e de serviços específicos importantes para os setores de segurança e estatal da Rússia e para sua economia em geral. “Nós também elevaremos restrições de importação sobre uma série de exportações com receitas crescentes da Rússia”, promete.
O presidente ucraniano Volodymyr Zelensky disse que começou o trabalho de cavar os escombros em Borodianka, outra cidade a noroeste de Kiev que foi ocupada pelos russos. Ele também disse que “é muito mais assustador” lá do que em Bucha, com ainda mais vítimas das tropas russas.
Suspensão
Também ontem, a Assembleia-Geral da ONU aprovou a suspensão da Rússia do Conselho de Direitos Humanos (CDH). Dos 193 membros, 93 votaram a favor, 24 foram contra e 58 se abstiveram, incluindo o Brasil. A resolução foi proposta pelos EUA, que alegaram “abusos sistemáticos e grotescos” das tropas russas na Ucrânia. A medida tem mais caráter simbólico do que prático.
Uma maioria de dois terços dos votos na Assembleia-Geral era necessária para suspender a Rússia do CDH, órgão da ONU composto por 47 países com sede em Genebra -- como as abstenções não contam, o número foi atingido com facilidade.
Logo após a votação, o vice-embaixador russo na ONU, Gennadi Kuzmin, descreveu a resolução como um “passo ilegítimo e politicamente motivado”. Em seguida, ele anunciou que a Rússia havia decidido abandonar o CDH, uma manobra ironizada pelo representante ucraniano. “Você não apresenta sua renúncia depois de ser demitido”, disse o embaixador Sergi Kislitsia. (Estadão Conteúdo)