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Guerra na Ucrânia

'Armas, armas e armas', pede ministro da Ucrânia à Otan

Ele disse que a Ucrânia precisa de aviões, mísseis antinavio, veículos blindados pessoais e sistemas pesados de defesa aérea

07 de Abril de 2022 às 09:30
Cruzeiro do Sul [email protected]
Dmytro Kuleba
Dmytro Kuleba (Crédito: Twitter/Dmytro Kuleba)

O ministro das Relações Exteriores da Ucrânia, Dmitro Kuleba, disse nesta quinta-feira, 7, durante encontro com aliados na Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan) em Bruxelas, que vai defender três pontos: "armas, armas e armas". "Minha agenda é muito simples, há apenas três itens: armas, armas e armas", disse ele ao chegar à sede da Aliança Atlântica. A invasão russa da Ucrânia completa o 43º dia.

Kuleba assegurou que "nas últimas semanas, o Exército da Ucrânia e toda a nação ucraniana mostraram que sabemos como lutar, sabemos como vencer". No entanto, acrescentou uma condição: "sem armas suficientes solicitadas pela Ucrânia, essas vitórias são acompanhadas de enormes sacrifícios".

O chefe da diplomacia ucraniana disse que "a melhor maneira de ajudar a Ucrânia agora é fornecer tudo o que for preciso para conter o presidente Vladimir Putin e derrotar o exército russo na Ucrânia, de tal forma que a guerra não aumente mais".

Especificamente, ele disse que a Ucrânia precisa de aviões, mísseis antinavio, veículos blindados pessoais e sistemas pesados de defesa aérea.

Kuleba considerou que não deveriam ser feitas diferenças entre as armas defensivas e ofensivas "porque toda arma usada no território da Ucrânia pelo Exército do país contra um agressor estrangeiro é defensiva por definição".

Em relação à Alemanha, reconheceu que o país deu "um passo revolucionário para mudar sua posição de não fornecer armas para permitir envios de armamentos à Ucrânia, em particular, armas anti-tanque". O ministro alegou que a Alemanha pode oferecer mais suprimentos por causa do arsenal que possui. "Estamos trabalhando com o governo alemão para nos fornecer armas adicionais", disse.

Sobre as sanções contra a Rússia, ele também afirmou que foi dado um passo adiante e que há apenas uma semana as medidas restritivas propostas eram muito mais brandas.

Porém, ele insistiu em impor um embargo total ao gás e ao petróleo russo. O objetivo é expulsar todos os bancos russos do sistema Swift International e no fechamento de todos os portos para navios e mercadorias russas com o mínimo de exceções possíveis com base em motivos humanitários.

Ele pediu que os ucranianos não tenham que pagar com "suas vidas, saúde e sofrimento" para aplicar novas sanções contra a Rússia. Os países da Otan estão fornecendo armas para Ucrânia, mas a Aliança também procura ter cautela para não se envolver em uma guerra total contra a Rússia.

"Quanto maior o número de armas que conseguirmos e quanto mais cedo chegarem à Ucrânia, mais vidas humanas serão salvas, mais cidades e aldeias escaparão à destruição e não haverá mais Buchas", afirmou, fazendo referência ao massacre descoberto na cidade dos arredores de Kiev.

Otan promete ajuda

O secretário-geral da Otan, Jens Stoltenberg disse que os aliados têm fornecido a ajuda solicitada, e em paralelo pressionado a economia de guerra do Kremlin, aprovando sanções sem precedentes. Stoltenberg tem expressado preocupações com a possibilidade de uma ofensiva das tropas russas "nas próximas semanas" para tomar "a totalidade" da região do Donbas, advertindo que a "brutalidade" revelada pelos "crimes de guerra" na cidade de Bucha pode se repetir.

O secretário-geral da Otan afirmou que a Russia pretende "criar uma ligação terrestre para (o território) ocupado da Crimeia", e o Ocidente conseguiu detalhes sobre as operações que denunciam as intenções do Kremlin.

"Estamos vendo uma movimentação significativa de tropas desde Kiev, para se reagruparem, se rearmarem e reabastecerem, mudando o foco para o leste", afirmou o secretário-geral. (Estadão Conteúdo com aom agências internacionais).