Buscar no Cruzeiro

Buscar

Internacional

Ocidente faz ofensiva econômica à Rússia

EUA, Canadá, União Europeia e Reino Unido anunciam expulsão de bancos russos do sistema Swift

27 de Fevereiro de 2022 às 00:01
Cruzeiro do Sul [email protected]
Área residencial em Kharkiv foi bombardeada na madrugada de ontem pelas forças russas.
Área residencial em Kharkiv foi bombardeada na madrugada de ontem pelas forças russas. (Crédito: SERGEY BOBOK / AFP)

Os Estados Unidos, o Canadá, a União Europeia e o Reino Unido concordaram ontem (26) em bloquear bancos russos “selecionados” do sistema global de mensagens financeiras Swift e impor “medidas restritivas” ao Banco Central da Rússia em retaliação à invasão da Ucrânia.

As medidas foram anunciadas conjuntamente como parte de uma nova rodada de sanções financeiras destinadas a “responsabilizar a Rússia e garantir coletivamente que esta guerra seja um fracasso estratégico para (o presidente russo Vladimir) Putin”. As restrições ao banco Central visam US$ 600 bilhões (mais de R$ 1 trilhão) em reservas que o Kremlin tem à sua disposição.

“Isso garantirá que esses bancos sejam desconectados do sistema financeiro internacional e prejudiquem sua capacidade de operar globalmente”, escreveram as nações em comunicado conjunto divulgado pela Casa Branca.

O Swift (abreviação de Society for Worldwide Interbank Financial Telecommunication) é uma rede de comunicações que conecta bancos em todo o mundo. O consórcio com sede na Bélgica liga mais de 11 000 instituições financeiras que operam em mais de 200 países e territórios, atuando como um centro crítico que permite pagamentos internacionais.

Porém, por se tratar de uma abordagem direcionada, ou seja, não implica toda a Rússia como deseja a Ucrânia, significa que o país, pelo menos por enquanto, ainda poderá colher receitas de suas vendas de gás para a Alemanha, Itália e outras potências europeias.

Até o início dos ataques militares russos na semana passada, a Alemanha e a Itália se opuseram à proibição geral de transações com a Rússia, que cortaria cerca de 40% da receita do governo russo. Mas nos últimos dias, sua postura começou a mudar.

Aliados de ambos os lados do Atlântico também consideraram a opção Swift em 2014, quando a Rússia invadiu e anexou a Crimeia e apoiou forças separatistas no leste da Ucrânia. A Rússia declarou então que expulsá-la do sistema seria equivalente a uma declaração de guerra. Os aliados -- criticados desde então por responderem muito fracamente à agressão da Rússia em 2014 -- arquivaram a ideia. Desde então, a Rússia tentou desenvolver seu próprio sistema de transferências financeiras, com sucesso limitado.

Mas as sanções econômicas não são o bastante, na opinião do presidente da Ucrânia, Volodymir Zelensky. Ele publicou ontem que conversou com o secretário-geral da Organização das Nações Unidas (ONU), António Guterres, para pedir a suspensão do direito de voto da Rússia no Conselho de Segurança da organização mundial.

Guerra cibernética

O site do governo russo (http://en kremlin.ru/) continua fora do ar. Ao acessar o site consta uma mensagem de que “não é possível acessar” o link. Outros sites do governo, como o do Ministério da Agricultura do país, funcionam normalmente. Ataques cibernéticos e dificuldades de acesso à internet preocupam os países da Leste Europeu em meio ao acirramento do conflito entre Rússia e Ucrânia. Ontem,o grupo de hackers Anonymous declarou “guerra cibernética” à Rússia.

O YouTube disse que está tomando várias ações contra a Rússia em resposta à guerra, incluindo restringir o acesso à RT, uma rede de televisão estatal russa, e outros canais na Ucrânia. A plataforma disse que as restrições à RT e outros canais vieram em resposta a um pedido do governo ucraniano. A empresa declarou que também está pausando a capacidade de vários canais russos de monetizar na plataforma, de acordo com sanções recentes, e limitando “significativamente” as recomendações a esses canais.

O Twitter disse neste sábado, 26, que seu serviço está sendo limitado na Rússia e que está tentando manter o site de mídia social acessível aos usuários. Segundo a empresa, o bloqueio afetou algumas pessoas, sem fornecer detalhes. (Das agências internacionais)