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Crise na Ucrânia

Putin incita exército ucraniano a derrubar o próprio governo

Presidente russo quer que os militares tomem o poder e deponham o presidente eleito, Volodimir Zelensky

26 de Fevereiro de 2022 às 00:01
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Armados com rifles AK-47, voluntários ucranianos protegiam, ontem, um dos principais acessos à capital Kiev.
Armados com rifles AK-47, voluntários ucranianos protegiam, ontem, um dos principais acessos à capital Kiev. (Crédito: DANIEL LEAL / AFP)

O presidente russo Vladimir Putin deu uma declaração, na sexta-feira (25), em que se dirigiu às forças armadas ucranianas pedindo “para que atuem por vocês mesmos, que é melhor do que atuar com essas pessoas que fizeram a Ucrânia refém”. O mandatário russo, portanto, incitou o exército ucraniano a tomar o poder e depor o presidente eleito, Volodimir Zelensky.

“Tomem o poder com suas mãos. Acredito que será más fácil negociarmos vocês e eu‘, disse Putin. Tenta, desta maneira, derrubar o governo, cujos líderes ele ainda chamou de “terroristas” e “uma gangue de viciados em drogas e neonazistas”.

Putin foi além e afirmou ter informações confirmadas de que “há armas pesadas e sistemas fortes em cidades grandes, como em Kiev, que planejam atuar em oposição às forças russas, agindo como agem os terroristas em todas as partes do mundo, para depois culpar a Rússia pela mortes de civis”.

Por sua vez, o presidente da Ucrânia, Volodimir Zelensky, divulgou um vídeo no Facebook da presidência, no qual afirmou que o exército invasor russo preparava uma ofensiva final para tomar Kiev, a capital, durante a madrugada de hoje. “Falo com nossos defensores, homens e mulheres em todas as frentes: hoje à noite, o inimigo vai usar todas as suas forças para romper nossas defesas da maneira mais vil, dura e desumana”, declarou.

“Hoje foi um dia difícil, mas com coragem. Lutamos pelo nosso Estado em todas as frentes, no sul, leste, norte e em muitas cidades do nosso belo país”, acrescentou. Mais uma vez ele reclamou do “abandono” dos aliados.

Zelensky afirmou que o fornecimento de armas a todos os cidadãos que desejam defender a soberania da Ucrânia já começou. “Nossos militares precisam desse apoio de nossa população. Temos um exército de pessoas poderosas. Nossa população também é um exército poderoso. Então, apoiem os militares”, disse.

A sexta-feira amanheceu em Kiev com explosões e sirenes de alerta. Jornalistas da AFP viram um corpo na calçada e ambulâncias socorrendo uma pessoa que teve o carro “atropelado” por um veículo blindado.

Cerca de 3 milhões de pessoas vivem na capital ucraniana. Estima-se que, desde o início da invasão russa, mais de 100 mil pessoas fugiram de suas casas e dezenas de milhares deixaram a Ucrânia. (Da Redação, com informações da AFP)