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Internacional

EUA ampliam sanções à Rússia

Novo alvo é o gasoduto Nord Stream 2, que custou US$ 11 bilhões

24 de Fevereiro de 2022 às 00:01
Cruzeiro do Sul [email protected]
O gasoduto Nord Stream 2 ainda não entrou em operações.
O gasoduto Nord Stream 2 ainda não entrou em operações. (Crédito: TOBIAS SCHWARZ / AFP)

 

O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, anunciou ontem a imposição de sanções à Nord Stream 2 AG -- empresa responsável pela construção do gasoduto russo Nord Stream 2 -- ampliando as penalidades a Moscou após o reconhecimento de duas regiões separatistas no leste da Ucrânia.

As sanções, que visam a empresa e o presidente executivo, Matthias Warnig, aumentam a pressão sobre o projeto no Mar Báltico, realizado para dobrar a capacidade de fluxo de gás da Rússia para a Alemanha.

A Casa Branca disse que as sanções não afetarão Gerhard Schroeder, ex-chanceler alemão e amigo próximo de Putin que chefia o comitê de acionistas da Nord Stream desde 2005.

Projeto de energia mais polêmico da Europa, Nord Stream 2 ainda não iniciou suas operações enquanto aguarda a certificação da Alemanha e da União Europeia.

A Alemanha interrompeu na terça-feira (22) ações relacionadas ao gasoduto, no valor de US$ 11 bilhões, citando as decisões da Rússia em relação à Ucrânia. Os Estados Unidos e a União Europeia temem que o gasoduto aumente a dependência da Europa pelo fornecimento de energia russo e negue taxas de trânsito para a Ucrânia, sede de outro gasoduto russo.

Biden disse em um comunicado que seu governo está coordenando de perto a ação do Nord Stream 2 com a Alemanha, e acrescentou: “Hoje orientei minha administração a impor sanções à Nord Stream 2 AG e seus diretores corporativos.”

“Essas medidas são outra parte de nossa parcela de sanções em resposta às ações da Rússia na Ucrânia. Como deixei claro, não hesitaremos em tomar outras medidas se a Rússia continuar a escalar”, disse Biden.

No vácuo

O presidente ucraniano, Volodimir Zelensky, disse ontem (23) que tentou, sem sucesso, conversar com seu par russo, Vladimir Putin, enquanto a crise entre os dois países entra em sua fase mais perigosa.

“Comecei uma conversa por telefone com o presidente da Federação Russa. Resultado: silêncio”, afirmou Zelensky em mensagem à noite, na qual garante que a Rússia tem “quase 200 mil soldados posicionados em milhares de veículos de combate” na fronteira com a Ucrânia.

Ataque hacker

A Ucrânia sofre um ataque cibernético em massa, que afeta os principais sites do governo, anunciou o vice-primeiro-ministro do país, Mykailo Fyodorov, ontem.

Segundo a autoridade, o ataque começou no fim da tarde e afetou vários bancos, além de sites oficiais. Não era possível acessar a página oficial do gabinete de ministros ucraniano, nem a do Ministério das Relações Exteriores, constatou a AFP.

A Ucrânia é “vítima constante” de ataques cibernéticos, assinalou horas depois a agência de segurança de informática do país, acusando operadores russos. A origem desse ataque DDoS (“denial of service”) deve ser atribuída a operadores russos, que “já nem tentam” esconder sua identidade, denunciou a agência. (Agência Brasil e AFP)